quarta-feira, 28 de março de 2012

O Incondicional amor do Crucificado!

O INCONDICIONAL AMOR DO CRUCIFICADO

                               

Com o Domingo de Ramos, os cristãos católicos entramos no espírito da Semana Santa, e vamos acompanhar o Senhor Jesus nos seus últimos dias sobre a face da terra. Sua experiência é um verdadeiro conforto de esperança e ressurreição para todos nós.

Por isso rezemos, com gratidão ao Senhor: “Senhor Jesus, muito obrigado por teres assumido todas as dores e todos os sofrimentos humanos, na sua mais profunda radicalidade! Depois de ti, ninguém terá tamanho sofrimento, tamanha dor, tamanha humilhação, tamanho desprezo! Muito obrigado por teres assumido nossas quedas, nossos pecados! Mas, também, ajuda-nos a aceitar a nossa ‘parte de sofrimento como um bom soldado de Cristo!’ Que as dores, as tristezas e as lágrimas da vida presente no rosto falido da humanidade não embruteçam os ânimos nem paralisem os sentimentos que elevam a dignidade da obra-prima de tuas criaturas! Assim, que o nosso pecado seja assumido pela tua graça redentora e santificante; nossa fraqueza, pela tua força; nossas lágrimas, pela tua consolação; nossa inquietação, pela tua serenidade; nosso egoísmo, pela tua mortificação; nossa covardia, pela tua coragem de amar até o fim; nossa impaciência, pela tua paciência; nossas feridas, pelas tuas chagas; nosso dilaceramento, pela plenitude de tua integridade; nossas lamentações, pelo teu silêncio; nosso fracasso, pela tua vitória; nossa nulidade, pela tua perfeição; nossa vida, pela tua morte, que gera a verdadeira vida; nossa morte, pela tua Ressurreição; nossa ressurreição, pela eternidade de Deus. Amém!”.

Parece-me um texto muito belo, que deve ser retomado inúmeras vezes para iluminar, também, o nosso caminho de vida de fé espiritual ao lado de Cristo, “o Servo Sofredor”. Penso que o texto reflete, não apenas o forte contraste entre a natureza humana de Cristo e a nossa, mas, de igual modo, expressa, também, nossa proximidade ontológica à identidade do homem perfeito que ele veio nos trazer: “Por suas feridas nós fomos curados” (Is 53,5). 


Quando Jacques Maritain (1882-1973) foi convidado pelo Papa Paulo VI para escrever-lhe uma via-sacra, inspirado nas figuras das estações da via-crúcis que havia no seu apartamento, no Vaticano, ele disse que, quando contemplamos o Cristo ensanguentado e esgotado em suas forças, não sabemos se olhamos para o “Homem das Dores” ou se nos contemplamos a nós mesmos. Na verdade, “eram as nossas enfermidades que ele levava sobre si, as nossas dores que ele carregava” (Is 53,4). Eis, pois, o Cristo sofredor, nosso único e seguro consolo, pois, nele, a nossa consolação está plena de esperança e imortalidade. Santa Semana Santa a todos!                                
                                                     
                                          
                                        
  Senhor, pregado na cruz, tende piedade de nós! Por suas chagas fomos curados!!