Dom João José da Costa,
Arcebispo Aracaju E a imposição do pálio
No majestoso e memorável dia 15 de setembro ano da graça do
Senhor de 2017, às dezenove horas e trinta minutos, aconteceu na Catedral
metropolitana da Arquidiocese de Aracaju a solene liturgia de imposição do
pálio ao Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Aracaju, Dom José João da
Costa. Em missa, inicialmente, presidia pelo senhor núncio apostólico no
Brasil, Dom Giovanni D’Aniello, concelebrada pelo arcebispo emérito da mesma
Arquidiocese, Dom José Palmeira Lessa, por bispos do Regional Nordeste III, de
Sergipe e da Bahia, bispos de outros Regionais da CNBB, e sacerdotes da
Arquidiocese e de tantas outras dioceses, entre as quais as dioceses de Propriá
e Estância, numerosa foi a participação e a presença de diáconos, seminaristas,
maiores e menores, religiosos, religiosas, leigos, e autoridades civis e
políticas. E, sobretudo pela presença maciça do povo de Deus, razão de ser do
sentido e da própria eficácia do pastoreio apostólico, foi um dia eclesialmente
histórico e marcante para a Igreja particular de Aracaju e de toda a Província
Eclesiástica.
Numa
definição buscada nas malhas da internet, essa rede inextrincável de
conhecimento e fonte de conteúdo em todos os ramos do saber, “o
pálio é confeccionado com a lã de dois cordeiros brancos criados pelos monges trapistas.
Possui uma volta no centro, a qual descansa nos ombros sobre a gola da casula,
tendo duas pontas pendentes, uma anterior e outra posterior, com duas polegadas
de largura, por doze de comprimento; de modo que, quando visto da parte
dianteira ou traseira, ele se assemelha à letra Y. Para dar mais peso ao pálio,
as extremidades das pontas são entrelaçadas com seda preta. É decorado com seis
cruzes pretas, uma em cada ponta, uma em cada ombro e uma no peito e outra nas
costas. O pálio é guarnecido por três alfinetes de ouro decorado com gemas,
chamados espinelos (Spinelli), os quais são fixados em laços existentes
nas cruzes do peito, das costas e do ombro esquerdo. Estas duas últimas
características parecem ser remanescentes da época em que o pálio romano era um
simples cachecol
dobrado e fixado no ombro esquerdo”. Geralmente, o pálio é recebido em Roma
das mãos do Santo Padre, o Papa, no Vaticano, e colocado por ele mesmo nos
ombros do arcebispo durante a celebração eucarística da solenidade dos Santos
Apóstolos Pedro e Paulo. Assim, os arcebispos são chamados ali, ad limina Apostolorum Petri et Pauli,
aos pés dos Apóstolos Pedro e de Paulo, voltando-se às origens da fonte da fé,
em cujo fundamento Cristo edificou a sua Igreja. No entanto, agora, por
disposição de sua Santidade, o Papa Francisco, a incumbência da imposição do
pálio foi delegada aos núncios apostólicos, embaixadores da Santa Sé e
representantes do papa nas várias nações que possuem relações diplomáticas com
o Vaticano. Na verdade, a intenção do papa é a de favorecer às comunidades onde
os arcebispos exercem o ministério apostólico a possibilidade de participarem,
efetivamente, de tão solene e expressiva celebração, visto que pela imposição
do e recebimento do pálio, o arcebispo expressa profunda unidade ao Sumo
Pontífice Romano pelo cuidado pastoral em relação a todas as dioceses do mundo.
Unidade feita de doação generosa, espírito de sacrifício e dedicação amorosa
pelo rebanho que lhe fora confiado. Aliás, no pronunciamento do Senhor Núncio Apostólico,
Dom Giovanni D’Aniello, durante a homilia, enfatizou-se o sentido pastoral
profundo do múnus episcopal do arcebispo, pois, como afirmado acima, o pálio
manifesta sua unidade ao Santo Padre na preocupação por todas as igrejas.
Terminada a solenidade da missa festiva de Nossa Senhora das Dores, na Catedral
Metropolitana, às vinte e uma horas e vinte minutos, foram apresentados vários
discursos de boas vindas e acolhimento ao arcebispo pela oportunidade da
imposição do pálio. Inicialmente, apresentou-se o governador do Estado de
Sergipe, Jackson Barreto, com palavras e sentimentos efusivos de gratidão a
Deus em nome do povo sergipano. Depois, tomou a palavra monsenhor Benjamin da
Costa, representante do clero, ensejando ao arcebispo fecundidade no ministério
episcopal. Entre outras frases, o monsenhor destacou que o acontecimento
revela, de modo singular “ponto de comunhão
não somente no território do Estado de Sergipe, mas, também no Brasil e no
mundo”, ainda afirmando que “nós sacerdotes manifestamos o nosso apoio e colaboração nos serviços que
o senhor desempenha à frente da Arquidiocese de Aracaju”. Em seguida, usaram a palavra outras pessoas, por
exemplo, uma em nome dos leigos da Arquidiocese e, outra, em nome do povo da
Diocese de Iguatu.
Por fim, tomado de ardor pastoral e profícua consciência
apostólica e missionária, o Senhor Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de
Aracaju, elevou a Deus pensamentos de louvor e gratidão pela empreitada
pastoral no contexto do serviço ora confiado e renovado diante dos propósitos e
desafios urgentes, mas, de igual modo, serenos da cotidianidade eclesial, mas
também política, econômica, social e antropológica por que passa a nação brasileira.
Um pastor no meio, “com cheiro de ovelhas”, segundo a expressão do Papa
Francisco, destacou o arcebispo em sua preleção. Depois, agradeceu a Deus, ao
Núncio Apostólico, proferiu a bênção final, e o diácono, revestido da função de
serviço à mesa do altar e da palavra, despediu o povo com todos os presentes.
Iniciava, pois, assim, a nova etapa continuada do então Arcebispo Metropolitano
da Arquidiocese de Aracaju, Dom João José da Costa.