domingo, 4 de novembro de 2018

Bonanças depois da Tempestade

Bonanças depois da tempestade

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Durante muito tempo, vivemos fascinados pelo fato de que operários, que estiveram fomentando e apoiando a luta de classes, tivessem chegado ao poder, depois de algumas tentativas, concorrendo às eleições, até conseguirem grimpar os mais altos cargos da nação como chefes de Estado. Assim o foi na Polônia de São João Paulo II. Foram tempos sublevados por circunstâncias de ditadura, opressão, desrespeito aos direitos humanos, etc. Lech Walesa assumiu o poder, depois de fundar o sindicato da solidariedade, e também depois que o comunismo fora derrocado na Polônia. Em 1993, ganhou o prêmio Nobel da paz, e se manteve na presidência do país ate 1995! De Roma, João Paulo II acompanhava, com muita preocupação e esperança, os rumos de sua nação, invadida pela Alemanha nazista, fazendo explodir a II Grande Guerra Mundial!
Tempos sombrios e macabros acobertavam as incertezas do horizonte da humanidade. Mais tarde, outras nações também tiveram essa oportunidade. Na Venezuela, fora eleito Hugo Chaves, que, segundo um amigo desse país, subira ao poder aclamado por todos como um novo messias, trazendo esperança e entusiasmo, sobretudo para os mais pobres. Não muito tempo, e começou a mostrar a que viera, tornando-se um ditador, à semelhança dos comunistas, e deflagrou o início de tempos mais sombrios do que antes, assomando no pedestal da opressão para humilhar sua gente. Inimigo dos americanos, chegou a excogitar a possibilidade de o governo estadunidense ter inventado um modo de fazerem adoecer de câncer autoridades sul-americanas (Lula, Dilma e o próprio Chaves). Na sua visão, isso seria descoberto daqui a uns 50 anos. Depois ele morreu, e nem teve tempo de ter o corpo embalsamado para se tornar uma estátua que seria exposta na Venezuela para idolatria dos súditos. A medicina chegou atrasada! Ainda bem! Enquanto no mundo, a estátua de muitos outros tiranos estavam sendo derrubadas (Stalin, Saddam Hussein, Mussolini, Hitler et alii), aqui, nosso vizinho gostaria de ser endeusado. Agora, por outras motivações históricas, a Índia se orgulha de ter a maior estátua do mundo: 182 metros de altura! Foi “construída em homenagem a um dos heróis nacionais, Sardar Patel, autor da unidade do novo país surgido após a independência dos britânicos em 1947 e a partilha do subcontinente”.
Infelizmente, a conspiração da doutrina comunista, marcadamente, infectada também no Brasil, não morreu com eles. Aliás, uma “bela” curiosidade histórica é o fato de que, a América Latina, que sempre teve a mania de copiar a cultura europeia, especialmente de França, se esqueceu de que, por lá, inclusive na Rússia, o comunismo foi varrido, enquanto, com mais de 30 anos de atraso, ainda vigora aqui nas terras ameríndias. Mas como já disseram, e a frase de Max ficou famosa pelo desprezo à religião, essa foi diagnosticada como sendo o “ópio do povo”. Todavia, como não há argumento desprovido de contestação, outro pensador francês, Raymond Aron (1905-1983) asseverou que o marxismo se tornou “o ópio dos intelectuais” – inclusive era o título de seu livro. [Por sinal, intelectuais de que o Brasil está cheio]. Eles apoiam as revoluções socialistas e históricas, refletindo apenas de seus laboratórios de ideias, muitas delas venenosas, enquanto na práxis de sua própria experiência pessoal, elas soam como algo poeticamente belo, mas indiferentemente distante da sua vida.
Uma coisa é ouvir falar de bombas, outra, bem diferente, é ouvir as bombas pipocando ao seu lado, como experimentei no próximo Oriente médio, enquanto o Estado Islâmico (EI) destruía implacavelmente museus e fontes históricas da civilização dos povos. Mas não que isso signifique que estejamos longe de realidades opressoras ao alcance de nós mesmos. No Brasil, como na Venezuela, diferentemente da Polônia, tivemos igualmente dois presidentes comunistas, um dos quais inclusive está na cadeia, acusado de encabeçar uma quadrilha que surrupiou bilhões de reais dos cofres públicos ou de empresas estatais, por meio de conchaves e conluios, com o intuito de favorecer ou apadrinhar apaniguados da corriola dos corruptos.
O Brasil, que se orgulhava de não ter padecido suficientemente da histórica crise econômica mundial de 2008 –  pois, segundo Luiz Inácio Lula da Silva, ele fora afetado apenas por algumas “marolinhas”, que, não muito tempo depois, se transformaram num tsunami – teve as reservas econômicas engolidas pela corrupção, e agora, a bem de verdade – quer reconheçamos ou não, pois ninguém pode se responsabilizar pela tiflose alheia – todos estamos pagando o pato [até mesmo eu, que, como padre, na percepção dos míopes, não deveria me meter nisso], estou pagando também, porque o Governo Federal não me dispensou de recolher anualmente a taxa do imposto de renda! Se não sabem, ele também controla minhas contas. Com efeito, na qualidade de cidadão devo respeitar as leis e cumprir minhas obrigações legais, civis.
Quem tiver o mínimo de interesse pelas querelas internacionais deve ter ciência do quanto, na Venezuela de agora [tempo presente], o que deveria ser maduro está caindo de podre. Sem falar das ideologias contemporâneas, que pela América Latina, vindas da Europa (França, Alemanha, Itália, Rússia entre outros países), estão corroendo a moral e os bons costumes em nome das ditaduras disfarçadas de democracias. Na França, a direita, cansada dos governos “faz de conta”, que deixa muita gente feliz, mas afunda o país da recessão, deu um chute na esquerda e elegeu um presidente há muito pouco desconhecido - nem de tradição política era - e uma das medidas mais radicais que tomou, contra a gurizada tecnologicamente dependente dos celulares em salas de aula, foi proibir o ingresso dos aparelhos. Não chegam mais nem às portas das escolas. Emmanuel Macron, eleito o mais jovem presidente da França, aos 39 anos, fora ministro da Economia, e, mestre em filosofia, “trabalhou como assistente editorial do renomado filósofo francês Paul Ricoeur [1913-2005], ajudando-o a publicar seu último livro”. Ainda, “o ex-banqueiro Emmanuel Macron, que nunca havia disputado nenhum cargo eletivo, era praticamente um desconhecido. Seu nome só se tornou público ao ser nomeado, em 2014, ministro da Economia do presidente socialista François Hollande”.
No Brasil, fomos descendo cultura abaixo, minimizando o alcance da exigência educacional, de tal modo que, um aluno não deve mais ser reprovado. Uma professora me contou que, seu filho, tendo frequentado as aulas menos de uma semana durante o ano, fora aprovado. Indignada, ela exigiu que ele repetisse o ano. O desrespeito aos professores aumentou consideravelmente; o Estado invadiu as famílias, tentando impor aos pais as diretrizes educacionais estritamente ligadas ao direito familiar; tentou erradicar o ensino religioso das escolas; baixou o nível de respeito às autoridades constituídas; insuflou nas minorias espírito de arrogância e privilégios como se não estivessem contempladas dentro das exigências dos direitos e dos deveres constitucionais intrínsecos a todos; patrocinou fenômenos culturais de ínfima e até ofensivas qualificações artísticas; incitou apologia à pedofilia em nome da arte, com crianças tocando órgãos genitais de adultos; manifestou desprezo e vilipêndio aos símbolos religiosos, sobretudo dos católicos [por que não mexem com Maomé?]; tudo isso favoreceu a que pessoas famosas invocassem o demônio em nome da liberdade [estou sem fôlego!]; a cultura das músicas de das danças do bumbum invadiu nossas casas, com mulheres insatisfeitas com seu tipo biofisicossomático, injetando silicone de maneira medicamente reprovável, até morrendo [com todo respeito pelas vítimas e seus familiares]; uma onda de "mimimim" se instalou, reprovando a seiva de pensamentos mais elevados em relação ao esforço do dinamismo, que todos devem galgar em direção às suas conquistas; ainda, penso que aumentou o número de parasitas, que sugam dos privilégios eleitoreiros, sem trabalhar, e, aqui, não me refiro aos milhões de desempregados desse país, tão rico e tão maltratado; sei o quanto a vida é triste e penosa para tantos homens e mulheres, jovens e crianças, que lutam pelo pão nosso de cada dia, sem segurança de sobrevivência nenhuma, às vezes, fora das escolas, longe da educação; gente pobre, que faz esse país valer a pena, com sua honestidade, seu suor e seu sangue, enfim, com sua própria vida; a delinquência tomou rumos inesperados, e o ladrão pensa que o que é seu é dele, e ainda lhe trata como “vagabundo”, o que caracteriza desrespeito à propriedade privada, que é um bem inviolável; a vida humana virou moeda de troca, não vale mais nada e, daqui a pouco, os animais serão mais importantes do que as pessoas – inclusive a jurisprudência já discute “os direitos dos animais”; matar alguém poderá ser mais vantajoso, em relação ao animal [não estou aqui defendendo maus tratos aos animais! Leia meu texto com lucidez!]; enfim, a lista poderia aumentar, mas cansei nesse aspecto.
Todas essas bonanças ideológicas, que acabei de narrar, foram vivamente reproduzidas pelo PT e seu mefistofélico comunismo! Uma inteligência sadia percebe isso com tanta clareza quanto a luz do sol que se levanta, a cada dia, sobre a fronte dos terráqueos. [Não sei se isso é também prerrogativa dos extraterrestres! Bom, pelo menos, nós estamos aqui!]. Talvez, por respeito humano ou acolhimento ao “politicamente correto”, nós fomos nos habituando, paulatinamente, aos desmandos da ditadura e, considerando a imposição dos dogmas de suas prevaricações éticas, não fomos capazes de reagir, condignamente, às falácias imperativas das ruínas deletérias de nossos valores mais sublimes. Não precisarei dizer muito sobre o que o PT fez pelo nosso país, sem querer desmerecer tudo aquilo que o povo, bom e humilde, recebeu do paternalismo da gerência administrativa de outrora. Em relação à Cuba, nem preciso dizer nada! A história é um juiz implacável, e sobeja nos livros sobre seus detratores!
Reconheço, enfaticamente, que, no momento, há muita apreensão, desconfiança e, por que não o dizer (?), até medo! Mas torcemos pelo melhor para o Brasil. Não somos profetas visionários do futuro! Contudo, aqueles que o foram, tinham seus pés e sua mente diretamente projetados no redemoinho dos acontecimentos. A história é o fundamento mais contundente de suas percepções. Por isso, aprendemos que o condicionamento dos fatos podem esclarecer o vislumbre de seus vaticínios. A profecia não é uma magia. Quem tem os pés fincados na realidade consegue ver com mais lucidez e menos demência o alcance da cotidianidade. De fato, como afirmou Dom Luciano Duarte (1925-2018), “a ideologia não é puramente da ordem da inteligência: é da zona candente da paixão. E a paixão é cega a argumentos cartesianos: só o impacto dos testemunhos pode romper a fronteira de fogo”.
Com a nova cara do Brasil, estampada no rosto do novo presidente, também renovamos nossas esperanças. Esperamos que ele não traia os princípios que atraíram a maioria doa votos nas urnas democraticamente abeiradas dos eleitores, mas se ele o fizer, também não será muita surpresa! Como diz o ditado, não confie em político sem antes olhar o seus dentes. Como não os vimos, esperemos o testemunho da história, que, por sinal, também é vingativa. Ninguém precisa afazer justiça com as próprias mãos. A história devolve o troco aos enganadores de uma nação. Com efeito, mais cedo ou mais tarde, as manobras políticas e falcatruas emergem à superfície da democracia espontaneamente, e os responsáveis, não obstante a morosidade da justiça, recebem a devida punição legal.
De qualquer modo, enquanto estivermos devendo à justiça de nossa própria consciência, dificilmente gritaremos contra a corrupção, exceto para esconder nossa condição de corrupto. Falo das pequenas corrupções que também cometemos na dissimulação do dia a dia. Com efeito, quando elas crescem e se agigantam dentro de nós é porque também já corroeram as vísceras da honestidade do nosso espírito. (PGRS).