domingo, 14 de outubro de 2018

Sinais da Madrugada


Sinais da Madrugada

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Sinais da Madrugada! A noite foi longa. Tivemos de esperar muito tempo para que os sinais da madrugada começassem a dar indicações de esperança. Assim deve ser a democracia de um país surrupiado pela corrupção política, mas, que, agora, também já dá indícios de cansaço. “A esperança que venceu o medo” volta à cena depois de tempos de terrível escuridão, patrocinada, inclusive pelo partido do inspirador dessa bela frase: “A esperança venceu o medo!” Que ironia! Dizem que a história é vingativa, e que os traidores são sempre as primeiras vítimas da própria infâmia. Esse último pensamento é de um escritor grego, cujo nome não me lembro, mas traduz o sentido das verdades que brotam da vida prática do comportamento das pessoas.
As urnas indigitadas no dia 7 de outubro de 2018 fazem soar o timbre da vontade do povo, que, mesmo em meio aos desalentos provocados por anos de denúncias e provocações à justiça, parece entender que é preciso mudar, e a mudança também é uma das garantias do processo democrático que manifesta a vontade do povo. O Brasil precisa retomar o caminho da seriedade, da defesa dos valores constitucionais que tutelam a dignidade humana de todos, indistintamente, sem pretensão de favorecimento às minorias, porque somos todos iguais. Chega de ideologias ditatoriais disfarçadas de princípios supostamente democráticos. Chega de ditaduras como a da Venezuela e de Cuba, que estão caindo de podre pelas presunções comunistas que, por sinal, já foram varridas de outras partes do mundo. Um dia, me perguntaram se eu não tinha vontade de visitar Cuba. Disse que não, porque tinha medo de ficar detido como prisioneiro político. Disse que Cubra era igual ao inferno: só é belo e bonito para os turistas. Por que as pessoas que defendem tanto a civilidade desses países não se mudam para lá? Olhando de fora, tudo é muito lindo e diferente, mas ninguém quer ir experimentar na própria pele as condições de vida de sua gente mais pobre, mais humilde. O país das maravilhas pode ser o quintal do vizinho ao lado, mas, por trás dos muros da separação social, a situação é outra, completamente díspar. Chega de ouvir dizer: “Roubou, mas fez!” Que princípio de critério e discernimento é esse? Ainda bem que a justiça já se acordou, sobretudo com a “operação lava-jato”, cujos efeitos destruidores dos bens da sociedade todo mundo conhece. Bilhões e bilhões foram gatunados dos cofres públicos, e estamos pagando as devidas contas, por exemplo, com as falcatruas da Petrobrás.
Sabemos que as mudanças não acontecem de um dia para o outro e que nenhum governante governa sozinho, sem a necessidade de apoio de muitos outros políticos de diversos partidos. Todavia, os sinais da madrugada indicam novos tempos e diferentes rumos para o Brasil. A esperança dos sinais da madrugada renasce com luzes de otimismo, de sonhos, de expectação para ulteriores motivos de confiança no nosso Brasil. Que passem os tempos sombrios, que reine a nova luz da esperança sobre todos os patriotas da nação “verde, amarelo, azul e branco”. Que os riscos à democracia sejam, realmente, dissipados no horizonte da Pátria Amada, Brasil! Que a democracia brasileira não corresponda, nunca mais, à definição que deu o comediógrafo irlandês, G. B. Shaw (1856-1950) que afirmou: “A democracia substitui a eleição dos muitos incompetentes pela nomeação dos poucos corruptos”. Ou que não aconteça apenas a cada quatro anos, como bem definiram outros comediógrafos franceses: “A democracia é o nome que damos ao povo quando precisamos dele”, especialmente com a convocação às urnas...
Que saíamos da crise ética, moral e econômica por que tem passado o Brasil, com as “marolinhas” que se tornaram um tsunami de desequilíbrio e descalabro social em que vivemos sufocados. E viva o Brasil! (PGRS).