Se as mães fossem Maria
A
expressão é tirada de uma bela música do Pe. Zezinho, que enfatiza a
importância sublime do comportamento cristão, que tem como modelo a Sagrada
Família de Nazaré. Na verdade, tão confusa é a situação familiar hodierna, que
o mundo inteiro está encontrando dificuldade para definir o autêntico sentido e
valor da sacralidade da família. Originalmente, a família foi constituída por
Deus para que, por meio dela, isto é, pela união carnal entre um homem e uma
mulher, a história da humanidade pudesse ganhar fluxo existencial e, assim,
continuasse povoando a terra pela geração dos filhos. Mais tarde, essa união,
presente em todas as civilizações humanas, foi elevada à dignidade de
sacramento por Cristo.
Desde
sempre foi assim e assim será até a consumação dos séculos, mesmo que
comportamentos do dito século XXI queiram tentar contradizer a perenidade dos
antigos ensinamentos. E, portanto, todas as tentativas de superação desse
projeto divino serão fracassadas, como tantas outras que desapareceram do
rastro da história da humanidade. Mas o fato é que o Padre Zezinho
apresenta-nos uma bela fotografia do que poderia ser a constituição familiar
que envolve, especialmente, a figura da mulher, querida por Deus para ser a Mãe
de seu divino Filho. Como será que, realmente, estaria, hoje, a humanidade se
cada um, conforme as exigências e o dinamismo próprio de seu papel, procurasse
espelhar-se na sagrada família? No momento, pensemos em Maria, a mãe de Jesus.
O
mês de maio, de maneira tradicional, imprimiu em sua característica a marca
feminina por tudo aquilo que a mulher representa para a sociedade. É o mês de
Maria, das mães e das noivas. Todos, atributos indispensáveis à gratidão e ao
reconhecimento de que, sem elas, o mundo não teria o brilho que tem nem, a
existência, a dimensão ímpar de sua colaboração criativa e materna. Por isso
que, na esteira de nossa reflexão, Maria assume um destaque primordial, porque
ela é o protótipo, não apenas da mulher santa e obediente à vontade divina, mas
também da responsabilidade e do compromisso com as exigências de sua missão materna.
O horizonte de graça, que dela emana e se descortina, favorece-nos a
compreensão exata do projeto divino criacional e redentor.
De
fato, não é Maria quem refaz o vislumbre totalizante do caos inicial em que a
desobediência de Eva nos precipitou? Todavia, ela não o faz sozinha, nem por
iniciativa própria. Pelo contrário, recebendo “a sua vocação da boca de um
anjo”, como afirmara o papa Bento XVI, ela se joga toda inteira dentro da
extensão infinita com que Deus quis e quer reestabelecer sua amizade com as
criaturas rebeldes por natureza, mas suscetíveis de participação livre e
operosa em seu eterno sonho de amor pela humanidade.
Parabéns
a todas as mães que como Maria não temem a grandeza da maternidade, não
obstante todos os riscos de sua entrega generosa e fiel à sua própria vocação
feminina.