Igreja de Santa Maria dos Anjos – Londres
(São Carlo Borromeu)
Na casa
paroquial dessa Igreja londrina, fiquei hospedado por duas semanas, de 14 a 30
de agosto de 2014. Segundo uma breve narração, escrita pelo Padre Mark Langham (que
era o pároco em agosto de 2001), a história da Igreja de Santa Maria dos Anjos
começou em 1840, com a colaboração de uma senhora católica, Helena Hargrave, que,
com noventa anos, empregou o jovem arquitete, Thomas Mayer, a fim de que
construísse uma capela em Westbourne Grove. Em 1851, foram iniciados os
trabalhos de uma capela e uma escola, de modo que o local passou a se chamar Westmoreland
Road. Embora a escola tenha sobrevivido, a nova e grandiosa construção, que
seria dedicada a Santa Helena, não foi concluída.
Mais tarde, em
1855, os recursos se esgotaram e a igreja ficou sem ser concluída. No entanto,
isso não passou despercebido aos olhos do Cardeal Nícolas Wiseman, o então
arcebispo da nova Arquidiocese de Westminster. Ali ele quis estabelecer um
centro de atividades religiosas para incentivar e encorajar a fé em Londres. Para
realizar seu propósito, ele contou com a colaboração de várias ordens
religiosas que o ajudaram no tabalho. Assim, eles provaram que poderia ajudar
mais com a sua própria presença do que com a tarefa do Cardeal, que queria, na
verdade, um grupo de sacerdotes que combinassem lealdade ao seu Arcebispo com o
fervor de uma comunidade religiosa. O primeiro pensamento do Cardeal Wiseman
era o de um Oratório, e ofereceu a igreja inacabada, que se situava na
Bayswater, a Henry Newman – mais tarde feito cardeal – mas quando ele declinou,
novamente, ela retornou para Henry Edward Manning. Manning, que era um antigo
Anglicano, arquidiácono de Chichester, e destinado ao alto ofício na igreja da
Inglaterra, converteu-se ao catolicismo em 1851. Desse modo, em 1854, o Cardeal
Wiseman pediu a este convertido para estabelecer a comunidade dos padres em
Bayswater. Como inspiração, Manning escolheu São Carlo Borromeu (como patrono),
o bispo reformista do século XVI, em Milão, e recebeu a permissão do Papa Pio
IX para fundar a Congregação das Oblatas de São Carlos. Com três outros
sacerdotes, ele estabeleceu-se em duas casas perto da igreja ainda não acabada.
O arquiteto Henry estava empregado, e, por volta de 1857, a igreja foi telhada
e a casa paroquial também fora construída. Portanto, no dia 2 de julho de 1857,
Santa Maria dos Anjos foi aberta para louvor com uma esplêndida missa celebrada
pelo Cardeal Wiseman, à qual comparecem muitas lideranças da nobreza e do clero
católico. O nome da nova igreja, Santa Maria dos Anjos, reflete a devoção de
São Carlos Borromeu e do Cardeal Manning a São Francisco de Assis, pois se
trata da transladação da famosa Igreja de Santa Maria dos Anjos, em Assis.
Manning teve um profundo amor pela sua paróquia, e escreveu mais tarde que ali vivera os mais felizes dias de sua vida. Com a morte do Cardeal Wiseman, em 1865, Manning se tornou o seu sucessor sendo o segundo Arcebispo de Westminster. Em 1892, o Padre Herbert Vaugahn, da Congregação dos Oblatas, seguindo o Cardeal Manning, tornou-se o terceiro Cardeal da referida Arquidiocese. O apostolado dos Oblatas continuou através dos anos, realizando seu ministério em várias comunidades de Bayswater e Notting Hill. No entanto, por volta de 1970, o modelo e as necessidades da população local mudaram de tal modo que o Cardeal Heenan sentiu que o estilo de vida e as regras já não eram mais apropriados à Ordem, e, assim, tomou a decisão [“controversa” e “dolorosa”] de suprimi-la. Com o desaparecimento dos Oblatas, muitos tesouros e relíquias da Igreja ficaram dispersa e, infelizmente, muito da herança dos Oblatas de São Carlos se perdeu.
Manning teve um profundo amor pela sua paróquia, e escreveu mais tarde que ali vivera os mais felizes dias de sua vida. Com a morte do Cardeal Wiseman, em 1865, Manning se tornou o seu sucessor sendo o segundo Arcebispo de Westminster. Em 1892, o Padre Herbert Vaugahn, da Congregação dos Oblatas, seguindo o Cardeal Manning, tornou-se o terceiro Cardeal da referida Arquidiocese. O apostolado dos Oblatas continuou através dos anos, realizando seu ministério em várias comunidades de Bayswater e Notting Hill. No entanto, por volta de 1970, o modelo e as necessidades da população local mudaram de tal modo que o Cardeal Heenan sentiu que o estilo de vida e as regras já não eram mais apropriados à Ordem, e, assim, tomou a decisão [“controversa” e “dolorosa”] de suprimi-la. Com o desaparecimento dos Oblatas, muitos tesouros e relíquias da Igreja ficaram dispersa e, infelizmente, muito da herança dos Oblatas de São Carlos se perdeu.
No geral, a
igreja conserva o frescor de seus tempos de outrora, isto é, do tempo de sua
fundação, conforme considerações do Cardeal Manning. Dentro dela, existem
várias capelas como a Capela das Relíquias ou de Santa Helena e Maria Madalena.
O tema central dessa capela é a Crucifixão de nosso Senhor Jesus Cristo e seus
sofrimentos. Não poderia faltar, claro, a capela de São Carlos Borromeu, pois é
um monumento à história de Santa Maria dos Anjos e aos Oblatas. Nessa capela,
as primeiras discussões das regras da Congregação dos Oblatas tiveram lugar. O
altar contém uma pequena pintura de São Carlos Borromeu, acrescentada em 1903. Entalhados
em suas dobras, estão dois santos que largamente influenciaram São Carlos
Borromeu, São Filipe Neri, seu amigo, e São Francisco de Assis.