sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

2019 E as despedidas da vida




2011,2012... 2017... 2019 E as despedidas da vida


Todas as despedidas são pequenas expressões da morte, ou seja, daquilo que passa por nós e deixa de existir no plano material do passadouro do tempo. Sim, a morte nos acompanha desde quando fomos gerados, minusculamente, no ventre materno, na inconsciência primeira do nosso próprio ser. Foi, então, lá, o primeiro ninho a nos albergar nos instantes iniciais da existência, até quando tivemos de nos despedir do invólucro da nossa manifestação no mundo extrauterino. Aquele foi o primeiro ensaio de uma espécie de despedida, e, ao longo da vida, de tantas outras despedidas e partidas.
Assim, da escuridão da vida intrauterina, fomos lançados no cosmos, e a luz do universo nos acolheu no abraço de uma jornada surpreendente, desafiadora, cheia de encantos e mistérios, que nos preparavam para novas despedidas. Nos primeiros passos, ainda éramos prisioneiros do carinho e do colo da mãe, da preocupação dos pais, que juntos, nos ensinaram a nos soltar das amarras da dependência para a liberdade pessoal. Foi quando, depois de alguns meses, também nos levantamos do chão, iniciamos a firmar os passos na direção de outras despedidas, porque o tempo, por si mesmo, sempre nos empurra para a frente, deixando para trás os rastros das partidas. Desse modo, a existência ganha rumos inesperados na formação da personalidade e do caráter, das peculiaridades inerentes a cada ser humano. Então, ganha espaço no bojo da inteligência a racionalidade que se despede da fantasia pueril das crianças para entrar na realização concreta das responsabilidades dos juízos e dos discernimentos mais comprometidos consigo mesmo. E novas separações acontecem como expressões do adeus ao tempo que ficou lá atrás, nos porões da autofagia dos eventos dentro do circuito cronológico.
Depois, entramos na escola, fazemos amigos, acumulamos conhecimento e trazemos para dentro de nós a exterioridade do universo, apreendido pelo espírito no movimento da intelecção que abrange as conquistas do saber. E mais despedidas acontecem: mudamo-nos de cidade, trocamos de vizinhos, descobrimos novas amizades e, mais tarde, conforme sopram os ventos do destino, dizemos outros adeuses, e buscamos em plagas mais distantes o aprimoramento da epistemologia das façanhas do intelecto. E o tempo patrocina outras despedidas no que fica para trás. De repente, a cronologia se estica ainda mais no rastro das despedidas, e começamos a perder os parentes mais próximos, como avós, tios, país, irmãos, amigos, enfim, pessoas das quais tentamos conservar o carinho das boas lembranças e as marcas da saudade, plantadas no fundo da alma, e arraigadas em reminiscências tiradas da convivência. Tudo corre para o esconderijo do esquecimento onde as lembranças vão se apagando na bruma inevitável da distância temporal das sombras existenciais. E as despedidas se intensificam ainda mais no pôr do sol da memória humana.
Mesmo assim, a gente só se despede do que passou, porque o tempo não volta mais. Todavia, é bom que o tempo passe, como diria Santo Agostinho: “Mas é bom que esse tempo passe, pois, se ele não passar, não teremos outro tempo”. Sim, “outro tempo” é a garantia que temos – enquanto vivemos – de que podemos conquistar mais do que aquilo que ficou para trás. E isso acontece porque a gaiola do tempo sempre está aberta na direção do porvir, do futuro que nos espera em algum lugar das novas possibilidades da realização da existência. Talvez, lá, nas curvas inconscientes do tempo, nas dobras da alma partida pelos arcos quebrados das frustrações, mas desejosa de que o vislumbre do horizonte porte novo sol sobre as asas da magia e do encanto da esperança, iluminada pelo fascínio dos sonhos que se acordam, teimosos, sempre de novo, nos lençóis do espírito. Na verdade, são despedidas que dão boas-vindas ao novo que chega, mesmo quando ele surge dos pontos escuros da existência, sem a claridade devida à obscuridade dos desafios que despontam na esteira dos propósitos do existir.
Às vezes, me ponho pensando: “Quem nasceu para morrer hoje, não pode esperar pelo amanhã!”. Mas a vida segue para os que ainda estaremos aqui, curtindo o chão batido da saudade dos que se nos anteciparam à corrida do além. Essa é a martelada fatídica do tempo, da cronologia que nos abraça na duração da vida, do pinga-gota temporal que, um dia, chegará ao fim para todos, pobres mortais, adormecidos na fantasia dos espectros da realidade fugidia, corriqueira, efêmera, quando, por exemplo, podemos contar os anos: 1900... 2011, 2012... 2017... 2019. Por certo, são eles que agasalham as despedidas enquanto ainda conseguimos contar o ritmo cronológico de suas batidas. E assim, cheios de alegria, paz e esperança – sobretudo para a nação brasileira, que ganha novo presidente – anelamos e queremos que o ano de 2019 se abra com as bênçãos de Deus para todos nós, coletiva e individualmente, pois, embora não possamos deter as despedidas, ele seguirá controlando tudo e todos, mesmo sem o aval de nossa vontade. E, desse modo, veremos outras despedidas, algumas, inclusive sem tempo para a despedida. (PGRS). 



domingo, 4 de novembro de 2018

Bonanças depois da Tempestade

Bonanças depois da tempestade

Resultado de imagem para Brasília com chuva congresso nacional


Durante muito tempo, vivemos fascinados pelo fato de que operários, que estiveram fomentando e apoiando a luta de classes, tivessem chegado ao poder, depois de algumas tentativas, concorrendo às eleições, até conseguirem grimpar os mais altos cargos da nação como chefes de Estado. Assim o foi na Polônia de São João Paulo II. Foram tempos sublevados por circunstâncias de ditadura, opressão, desrespeito aos direitos humanos, etc. Lech Walesa assumiu o poder, depois de fundar o sindicato da solidariedade, e também depois que o comunismo fora derrocado na Polônia. Em 1993, ganhou o prêmio Nobel da paz, e se manteve na presidência do país ate 1995! De Roma, João Paulo II acompanhava, com muita preocupação e esperança, os rumos de sua nação, invadida pela Alemanha nazista, fazendo explodir a II Grande Guerra Mundial!
Tempos sombrios e macabros acobertavam as incertezas do horizonte da humanidade. Mais tarde, outras nações também tiveram essa oportunidade. Na Venezuela, fora eleito Hugo Chaves, que, segundo um amigo desse país, subira ao poder aclamado por todos como um novo messias, trazendo esperança e entusiasmo, sobretudo para os mais pobres. Não muito tempo, e começou a mostrar a que viera, tornando-se um ditador, à semelhança dos comunistas, e deflagrou o início de tempos mais sombrios do que antes, assomando no pedestal da opressão para humilhar sua gente. Inimigo dos americanos, chegou a excogitar a possibilidade de o governo estadunidense ter inventado um modo de fazerem adoecer de câncer autoridades sul-americanas (Lula, Dilma e o próprio Chaves). Na sua visão, isso seria descoberto daqui a uns 50 anos. Depois ele morreu, e nem teve tempo de ter o corpo embalsamado para se tornar uma estátua que seria exposta na Venezuela para idolatria dos súditos. A medicina chegou atrasada! Ainda bem! Enquanto no mundo, a estátua de muitos outros tiranos estavam sendo derrubadas (Stalin, Saddam Hussein, Mussolini, Hitler et alii), aqui, nosso vizinho gostaria de ser endeusado. Agora, por outras motivações históricas, a Índia se orgulha de ter a maior estátua do mundo: 182 metros de altura! Foi “construída em homenagem a um dos heróis nacionais, Sardar Patel, autor da unidade do novo país surgido após a independência dos britânicos em 1947 e a partilha do subcontinente”.
Infelizmente, a conspiração da doutrina comunista, marcadamente, infectada também no Brasil, não morreu com eles. Aliás, uma “bela” curiosidade histórica é o fato de que, a América Latina, que sempre teve a mania de copiar a cultura europeia, especialmente de França, se esqueceu de que, por lá, inclusive na Rússia, o comunismo foi varrido, enquanto, com mais de 30 anos de atraso, ainda vigora aqui nas terras ameríndias. Mas como já disseram, e a frase de Max ficou famosa pelo desprezo à religião, essa foi diagnosticada como sendo o “ópio do povo”. Todavia, como não há argumento desprovido de contestação, outro pensador francês, Raymond Aron (1905-1983) asseverou que o marxismo se tornou “o ópio dos intelectuais” – inclusive era o título de seu livro. [Por sinal, intelectuais de que o Brasil está cheio]. Eles apoiam as revoluções socialistas e históricas, refletindo apenas de seus laboratórios de ideias, muitas delas venenosas, enquanto na práxis de sua própria experiência pessoal, elas soam como algo poeticamente belo, mas indiferentemente distante da sua vida.
Uma coisa é ouvir falar de bombas, outra, bem diferente, é ouvir as bombas pipocando ao seu lado, como experimentei no próximo Oriente médio, enquanto o Estado Islâmico (EI) destruía implacavelmente museus e fontes históricas da civilização dos povos. Mas não que isso signifique que estejamos longe de realidades opressoras ao alcance de nós mesmos. No Brasil, como na Venezuela, diferentemente da Polônia, tivemos igualmente dois presidentes comunistas, um dos quais inclusive está na cadeia, acusado de encabeçar uma quadrilha que surrupiou bilhões de reais dos cofres públicos ou de empresas estatais, por meio de conchaves e conluios, com o intuito de favorecer ou apadrinhar apaniguados da corriola dos corruptos.
O Brasil, que se orgulhava de não ter padecido suficientemente da histórica crise econômica mundial de 2008 –  pois, segundo Luiz Inácio Lula da Silva, ele fora afetado apenas por algumas “marolinhas”, que, não muito tempo depois, se transformaram num tsunami – teve as reservas econômicas engolidas pela corrupção, e agora, a bem de verdade – quer reconheçamos ou não, pois ninguém pode se responsabilizar pela tiflose alheia – todos estamos pagando o pato [até mesmo eu, que, como padre, na percepção dos míopes, não deveria me meter nisso], estou pagando também, porque o Governo Federal não me dispensou de recolher anualmente a taxa do imposto de renda! Se não sabem, ele também controla minhas contas. Com efeito, na qualidade de cidadão devo respeitar as leis e cumprir minhas obrigações legais, civis.
Quem tiver o mínimo de interesse pelas querelas internacionais deve ter ciência do quanto, na Venezuela de agora [tempo presente], o que deveria ser maduro está caindo de podre. Sem falar das ideologias contemporâneas, que pela América Latina, vindas da Europa (França, Alemanha, Itália, Rússia entre outros países), estão corroendo a moral e os bons costumes em nome das ditaduras disfarçadas de democracias. Na França, a direita, cansada dos governos “faz de conta”, que deixa muita gente feliz, mas afunda o país da recessão, deu um chute na esquerda e elegeu um presidente há muito pouco desconhecido - nem de tradição política era - e uma das medidas mais radicais que tomou, contra a gurizada tecnologicamente dependente dos celulares em salas de aula, foi proibir o ingresso dos aparelhos. Não chegam mais nem às portas das escolas. Emmanuel Macron, eleito o mais jovem presidente da França, aos 39 anos, fora ministro da Economia, e, mestre em filosofia, “trabalhou como assistente editorial do renomado filósofo francês Paul Ricoeur [1913-2005], ajudando-o a publicar seu último livro”. Ainda, “o ex-banqueiro Emmanuel Macron, que nunca havia disputado nenhum cargo eletivo, era praticamente um desconhecido. Seu nome só se tornou público ao ser nomeado, em 2014, ministro da Economia do presidente socialista François Hollande”.
No Brasil, fomos descendo cultura abaixo, minimizando o alcance da exigência educacional, de tal modo que, um aluno não deve mais ser reprovado. Uma professora me contou que, seu filho, tendo frequentado as aulas menos de uma semana durante o ano, fora aprovado. Indignada, ela exigiu que ele repetisse o ano. O desrespeito aos professores aumentou consideravelmente; o Estado invadiu as famílias, tentando impor aos pais as diretrizes educacionais estritamente ligadas ao direito familiar; tentou erradicar o ensino religioso das escolas; baixou o nível de respeito às autoridades constituídas; insuflou nas minorias espírito de arrogância e privilégios como se não estivessem contempladas dentro das exigências dos direitos e dos deveres constitucionais intrínsecos a todos; patrocinou fenômenos culturais de ínfima e até ofensivas qualificações artísticas; incitou apologia à pedofilia em nome da arte, com crianças tocando órgãos genitais de adultos; manifestou desprezo e vilipêndio aos símbolos religiosos, sobretudo dos católicos [por que não mexem com Maomé?]; tudo isso favoreceu a que pessoas famosas invocassem o demônio em nome da liberdade [estou sem fôlego!]; a cultura das músicas de das danças do bumbum invadiu nossas casas, com mulheres insatisfeitas com seu tipo biofisicossomático, injetando silicone de maneira medicamente reprovável, até morrendo [com todo respeito pelas vítimas e seus familiares]; uma onda de "mimimim" se instalou, reprovando a seiva de pensamentos mais elevados em relação ao esforço do dinamismo, que todos devem galgar em direção às suas conquistas; ainda, penso que aumentou o número de parasitas, que sugam dos privilégios eleitoreiros, sem trabalhar, e, aqui, não me refiro aos milhões de desempregados desse país, tão rico e tão maltratado; sei o quanto a vida é triste e penosa para tantos homens e mulheres, jovens e crianças, que lutam pelo pão nosso de cada dia, sem segurança de sobrevivência nenhuma, às vezes, fora das escolas, longe da educação; gente pobre, que faz esse país valer a pena, com sua honestidade, seu suor e seu sangue, enfim, com sua própria vida; a delinquência tomou rumos inesperados, e o ladrão pensa que o que é seu é dele, e ainda lhe trata como “vagabundo”, o que caracteriza desrespeito à propriedade privada, que é um bem inviolável; a vida humana virou moeda de troca, não vale mais nada e, daqui a pouco, os animais serão mais importantes do que as pessoas – inclusive a jurisprudência já discute “os direitos dos animais”; matar alguém poderá ser mais vantajoso, em relação ao animal [não estou aqui defendendo maus tratos aos animais! Leia meu texto com lucidez!]; enfim, a lista poderia aumentar, mas cansei nesse aspecto.
Todas essas bonanças ideológicas, que acabei de narrar, foram vivamente reproduzidas pelo PT e seu mefistofélico comunismo! Uma inteligência sadia percebe isso com tanta clareza quanto a luz do sol que se levanta, a cada dia, sobre a fronte dos terráqueos. [Não sei se isso é também prerrogativa dos extraterrestres! Bom, pelo menos, nós estamos aqui!]. Talvez, por respeito humano ou acolhimento ao “politicamente correto”, nós fomos nos habituando, paulatinamente, aos desmandos da ditadura e, considerando a imposição dos dogmas de suas prevaricações éticas, não fomos capazes de reagir, condignamente, às falácias imperativas das ruínas deletérias de nossos valores mais sublimes. Não precisarei dizer muito sobre o que o PT fez pelo nosso país, sem querer desmerecer tudo aquilo que o povo, bom e humilde, recebeu do paternalismo da gerência administrativa de outrora. Em relação à Cuba, nem preciso dizer nada! A história é um juiz implacável, e sobeja nos livros sobre seus detratores!
Reconheço, enfaticamente, que, no momento, há muita apreensão, desconfiança e, por que não o dizer (?), até medo! Mas torcemos pelo melhor para o Brasil. Não somos profetas visionários do futuro! Contudo, aqueles que o foram, tinham seus pés e sua mente diretamente projetados no redemoinho dos acontecimentos. A história é o fundamento mais contundente de suas percepções. Por isso, aprendemos que o condicionamento dos fatos podem esclarecer o vislumbre de seus vaticínios. A profecia não é uma magia. Quem tem os pés fincados na realidade consegue ver com mais lucidez e menos demência o alcance da cotidianidade. De fato, como afirmou Dom Luciano Duarte (1925-2018), “a ideologia não é puramente da ordem da inteligência: é da zona candente da paixão. E a paixão é cega a argumentos cartesianos: só o impacto dos testemunhos pode romper a fronteira de fogo”.
Com a nova cara do Brasil, estampada no rosto do novo presidente, também renovamos nossas esperanças. Esperamos que ele não traia os princípios que atraíram a maioria doa votos nas urnas democraticamente abeiradas dos eleitores, mas se ele o fizer, também não será muita surpresa! Como diz o ditado, não confie em político sem antes olhar o seus dentes. Como não os vimos, esperemos o testemunho da história, que, por sinal, também é vingativa. Ninguém precisa afazer justiça com as próprias mãos. A história devolve o troco aos enganadores de uma nação. Com efeito, mais cedo ou mais tarde, as manobras políticas e falcatruas emergem à superfície da democracia espontaneamente, e os responsáveis, não obstante a morosidade da justiça, recebem a devida punição legal.
De qualquer modo, enquanto estivermos devendo à justiça de nossa própria consciência, dificilmente gritaremos contra a corrupção, exceto para esconder nossa condição de corrupto. Falo das pequenas corrupções que também cometemos na dissimulação do dia a dia. Com efeito, quando elas crescem e se agigantam dentro de nós é porque também já corroeram as vísceras da honestidade do nosso espírito. (PGRS).

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Saint John Paul II, Pray for us


Catelgandolfo, 2 de setembro de 2002

 
Saint John Paul II, Pray for us
(This text is from internet)  
Karol J. Wojtyla, known as John Paul II since his October 1978 election to the papacy, was born in Karol J. Wojtyla, known as John Paul II since his October 1978 election to the papacy, was born in Wadowice, a small city 50 kilometers from Krakow, on May 18, 1920. He was the second of two sons born to Karol Wojtyla and Emilia Kaczorowska. His mother died in 1929. His elder brother Edmund, a doctor, died in 1932 and his father, a non-commissioned army officer died in 1941.
He made his First Holy Communion at age 9 and was confirmed at 18. Upon graduation from Marcin Wadowita high school in Wadowice, he enrolled in Krakow’s Jagiellonian University in 1938 and in a school for drama.
The Nazi occupation forces closed the university in 1939 and young Karol had to work in a quarry (1940-1944) and then in the Solvay chemical factory to earn his living and to avoid being deported to Germany.
In 1942, aware of his call to the priesthood, he began courses in the clandestine seminary of Krakow, run by Cardinal Adam Stefan Sapieha, archbishop of Krakow. At the same time, Karol Wojtyla was one of the pioneers of the “Rhapsodic Theatre,” also clandestine.
After the Second World War, he continued his studies in the major seminary of Krakow, once it had re-opened, and in the faculty of theology of the Jagiellonian University, until his priestly ordination in Krakow on November 1, 1946.
Soon after, he was sent to Rome where he worked under the guidance of the French Dominican, Garrigou-Lagrange. He finished his doctorate in theology in 1948 with a thesis on the topic of faith in the works of Saint John of the Cross. At that time, during his vacations, he exercised his pastoral ministry among the Polish immigrants of France, Belgium and Holland.
On 4 July 1958, while on a kayaking holiday in the lakes region of northern Poland, Venerable Pope Pius XII appointed him as the auxiliary bishop of Kraków and he received episcopal consecration on 28 September 1958. At the age of 38, Wojtyla became the youngest bishop in Poland. In October 1962, Wojtyla took part in the Second Vatican Council, where he made contributions to two of its most historic and influential products, the Decree on Religious Freedom and the Pastoral Constitution on the Church in the Modern World. On 26 June 1967, Blessed Paul VI announced Archbishop Karol Wojtyla’s promotion to the Sacred College of Cardinals.
He was elected pope by the second Papal conclave of 1978, which was called after Pope John Paul I, who had been elected in August to succeed Pope Paul VI, died after thirty-three days. Cardinal WojtyÅ‚a was elected on the third day of the conclave, the first non-Italian pope since the Dutch Pope Adrian VI, who reigned from 1522 to 1523, and adopted his predecessor’s name in tribute to him. John Paul II is recognized as helping to end Communist rule in his native Poland and eventually all of Europe. John Paul II significantly improved the Catholic Church’s relations with Judaism, Islam, the Eastern Orthodox Church, and the Anglican Communion. He upheld the Church’s teachings on such matters as artificial contraception and the ordination of women, but also vigorously supported the Church’s Second Vatican Council and its reforms.
He was one of the most traveled world leaders in history, visiting 129 countries during his pontificate. As part of his special emphasis on the universal call to holiness, he beatified 1,340 people and canonized 483 saints, more than the combined tally of his predecessors during the preceding five centuries. By the time of his death, he had named most of the College of Cardinals. A key goal of John Paul’s papacy was to transform and reposition the Catholic Church. His wish was “to place the Church at the heart of a new religious alliance that would bring together Jews, Muslims and Christians in a great religious armada.”
John Paul II was the second longest-serving pope in modern history after Venerable Pope Pius IX, who served for nearly 32 years. John Paul II’s cause for canonization began in 2005, one month after his death, with the traditional five-year waiting period waived. On 19 December 2009, John Paul II was proclaimed Venerable by his successor Pope Benedict XVI and was beatified on 1 May 2011 after the Congregation for the Causes of Saints attributed one miracle to his intercession, the healing of a French nun from Parkinson’s disease. A second miracle attributed to John Paul II’s intercession was approved and he was canonized on 27 April 2014 together with Pope John XXIII by Pope Francis., a small city 50 kilometers from Krakow, on May 18, 1920. He was the second of two sons born to Karol Wojtyla and Emilia Kaczorowska. His mother died in 1929. His elder brother Edmund, a doctor, died in 1932 and his father, a non-commissioned army officer died in 1941.
He made his First Holy Communion at age 9 and was confirmed at 18. Upon graduation from Marcin Wadowita high school in Wadowice, he enrolled in Krakow’s Jagiellonian University in 1938 and in a school for drama.
The Nazi occupation forces closed the university in 1939 and young Karol had to work in a quarry (1940-1944) and then in the Solvay chemical factory to earn his living and to avoid being deported to Germany.
In 1942, aware of his call to the priesthood, he began courses in the clandestine seminary of Krakow, run by Cardinal Adam Stefan Sapieha, archbishop of Krakow. At the same time, Karol Wojtyla was one of the pioneers of the “Rhapsodic Theatre,” also clandestine.
After the Second World War, he continued his studies in the major seminary of Krakow, once it had re-opened, and in the faculty of theology of the Jagiellonian University, until his priestly ordination in Krakow on November 1, 1946.
Soon after, he was sent to Rome where he worked under the guidance of the French Dominican, Garrigou-Lagrange. He finished his doctorate in theology in 1948 with a thesis on the topic of faith in the works of Saint John of the Cross. At that time, during his vacations, he exercised his pastoral ministry among the Polish immigrants of France, Belgium and Holland.
On 4 July 1958, while on a kayaking holiday in the lakes region of northern Poland, Venerable Pope Pius XII appointed him as the auxiliary bishop of Kraków and he received episcopal consecration on 28 September 1958. At the age of 38, Wojtyla became the youngest bishop in Poland. In October 1962, Wojtyla took part in the Second Vatican Council, where he made contributions to two of its most historic and influential products, the Decree on Religious Freedom and the Pastoral Constitution on the Church in the Modern World. On 26 June 1967, Blessed Paul VI announced Archbishop Karol Wojtyla’s promotion to the Sacred College of Cardinals.
He was elected pope by the second Papal conclave of 1978, which was called after Pope John Paul I, who had been elected in August to succeed Pope Paul VI, died after thirty-three days. Cardinal WojtyÅ‚a was elected on the third day of the conclave, the first non-Italian pope since the Dutch Pope Adrian VI, who reigned from 1522 to 1523, and adopted his predecessor’s name in tribute to him. John Paul II is recognized as helping to end Communist rule in his native Poland and eventually all of Europe. John Paul II significantly improved the Catholic Church’s relations with Judaism, Islam, the Eastern Orthodox Church, and the Anglican Communion. He upheld the Church’s teachings on such matters as artificial contraception and the ordination of women, but also vigorously supported the Church’s Second Vatican Council and its reforms.
He was one of the most traveled world leaders in history, visiting 129 countries during his pontificate. As part of his special emphasis on the universal call to holiness, he beatified 1,340 people and canonized 483 saints, more than the combined tally of his predecessors during the preceding five centuries. By the time of his death, he had named most of the College of Cardinals. A key goal of John Paul’s papacy was to transform and reposition the Catholic Church. His wish was “to place the Church at the heart of a new religious alliance that would bring together Jews, Muslims and Christians in a great religious armada.”
John Paul II was the second longest-serving pope in modern history after Venerable Pope Pius IX, who served for nearly 32 years. John Paul II’s cause for canonization began in 2005, one month after his death, with the traditional five-year waiting period waived. On 19 December 2009, John Paul II was proclaimed Venerable by his successor Pope Benedict XVI and was beatified on 1 May 2011 after the Congregation for the Causes of Saints attributed one miracle to his intercession, the healing of a French nun from Parkinson’s disease. A second miracle attributed to John Paul II’s intercession was approved and he was canonized on 27 April 2014 together with Pope John XXIII by Pope Francis.

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Parabéns, professor!


Caríssimo professor,

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Difícil descrever a missão do professor! Mas imagine como seria o mundo sem ele. Operário do saber, sua vida espalha conhecimento e sabedoria, com gosto de aprendizagem e sentimentos de esperança. Onde está o professor, o mundo se transforma tudo se enche esperança e luz.

De repente, tudo se transforma, iluminando o universo, com estrelas que se acendem sobre a dignidade humana. Calar o professor é refrear o progresso da ciência, é amputar inteligências em desenvolvimento. Lembra teu professor com carinho! Ajuda-o no cumprimento de sua missão! Sê consciente de seu mérito e valor! Aprender dele significa renovar o mundo. Não impeças que a ingratidão deixe reconhecer a sua dignidade, sua infinita generosidade e espírito de sacrifício.

Muito inspiradora é a vida do professor, que, mesmo em meio às dificuldades, é reconhecido no seu ofício, legando às gerações sucessivas os frutos da ciência, ostentando, magistralmente, que educação é transformação.

Ânimo, então, professor! Força de coragem é renovação. No meio das pedras, o desafio das flores. Do pedestal das dificuldades, a palma da esperança, responsabilidade e determinação. Âncora de uma nação e esforço de renovação!

Disso tudo, ainda sobram, em ti, confiança, esperança, brio por seres o que és, um universo de sapiência não egoísta,  compartilhada. (PGRS).


domingo, 14 de outubro de 2018

Tempos Sombrios


Tempos sombrios

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Há pouco tempo, escrevi aqui sobre “sinais da madrugada”, sobre um filete de luz da esperança que começava a clarear o horizonte da democracia no Brasil. Mas, na verdade, a humanidade precisa entender que estamos vivendo “tempos sombrios”. Ideologias que matam se estenderam pelo mundo, e adormecidos no fundo de nossa memória, fingimos não entender. A revolução russa completou cem anos, e vimos comemorações exaltadas por pessoas que não viveram o pesadelo dos que foram torturados, expulsos de sua pátria, reduzidos a nada, simplesmente porque professavam sua fé, buscavam valores que eram contrários à “lisura” dos Estados totalitários e, por essas razões e tantas outras, maquinadas pela engenhosa inteligência humana, treinada e experta em inventar mentiras, também foram mortos.
A barbárie sempre esteve presente no meio dos homens ditos civilizados. Ditaduras cruéis, impérios sanguinários, rivalidades fratricidas, perseguições religiosas, racismos, e tantos outros tipos de intolerância conduziram a humanidade a duas Grandes Guerras Mundiais. A humanidade atingiu o cúmulo de ressentimentos e de ódios, que o patrocínio da loucura de pessoas genialmente dementes fez escancarar, à saciedade, os requintes de crueldades expostas à luz do dia, em campos de concentração e extermínio, em crematórios humanos, que denegriram impiedosamente o sublime respeito devido à dignidade humana. Uma cruzada entre o bem e o mal, se levantou, mais uma vez, agora, tentando demonstrar que a força da malignidade humana também é poderosa e pode fazer estragos imprevisíveis e funestos para toda a espécie humana. Assim, os laboratórios sociais, como são, por exemplo, os meios de comunicação, os mass media, os meios de comunicação de massa, têm exercido um papel terrivelmente deletério da moral e dos bons costumes, com os quais vamos nos habituando, paulatinamente, sob a defesa hipócrita do “politicamente correto” ou do bem mau compreendido “respeito humano”. Mas, enquanto isso acontece, a energia da maldade, advinda das consciências laxas e comprometidas com o combate a toda espécie de tradição e de bens valorativos da sociedade, todos mergulhamos num obscurantismo sem precedentes, por que avantajado e recebido sem resistências. E quando abrirmos os olhos, poderá ser tarde demais.
Por isso, precisamos ficar atentos e ter muito cuidado pelas posições que tomamos ou pelas ideologias que defendemos. Não podemos permitir que o fanatismo nos cegue os olhos, simplesmente, porque tivemos algum tipo de favorecimento, seja político, material, econômico ou mesmo pessoal, às custas do patrimônio público ou alheio. Não posso me servir sozinhos dos benefícios devidos a todos. Não posso apenas pensar no quintal da minha casa, bem arrumada ou protegida, quando, na verdade, ninguém está isento ou incólume ao furacão da violência que nos cerca a todos. O fanatismo é como o exclusivismo, sempre deixa de fora pessoas e fatos importantes, que poderiam agregar e fortalecer ainda mais o bem que buscamos para a coletividade. Sei que a arte do convencimento não precisa ser unilateral ou desprovida da complexidade das conjunturas sociais e políticas que vivemos no Brasil, nessa hora tão grave em que nos preparamos para as eleições, sobretudo presidenciais, do segundo turno. Mas precisamos iluminar a inteligência com os fatos tristes e deprimentes com que alguns políticos, qual profetas nefastos da agonia, afundaram populações inteiras nas águas sujas das ruínas democráticas de seu país, com regimes caudilhistas, sob os punhos opressores da ganância, da soberba e do enriquecimento ilícito. [Basta pensar, por exemplo, no filho de um ex-presidente, operário e sem formação acadêmica nenhuma, estar entre os 20 homens mais ricos do mundo, enquanto na mesma nação há pessoas que morrem de fome!]. Uma vergonha verde e amarela que, em nada, pode nos orgulhar de um chefe de Estado assim. Então, precisamos tirar as escamas dos olhos e ampliar o horizonte de nossas conquistas, além do nosso quintal, dos interesses próprios, do contato parasitário com as instituições políticas, de apenas usufruirmos e não colaborarmos com nada em relação aos interesses maiores da população mais pobre e faminta, sem nos preocupar com suas necessidades mais urgentes e primárias.
Quando o homem se bastar a si mesmo e dispensar Deus se seu círculo de vida, apelando para todo tipo de instigação dos instintos selvagens guardados dentro de seu lado animal, contraposto à transcendência de sua espiritualidade, é sinal de que algo está muito errado consigo mesmo e no raio das pessoas que ele pretende atingir. É, então, aí, que as forças imperiosamente demoníacas tiram fora o pior de sua capacidade para elaboração do mal. Onde o homem tenta assumir o lugar de Deus – e essa é a grande tentação humana desde a gênese da história da humanidade – o caos moral se instala e com ele todos os derivados de seus excessos e abusos. Sem Deus, o homem se torna um suicida no caminho da autodestruição. O frescor e a lucidez de um pensamento do Papa Bento XVI podem ajudar-nos a entender melhor o que digo: “Se Deus e os valores, se a diferença entre o bem e o mal permanecem na escuridão, então todas as outras iluminações, que nos dão um poder verdadeiramente incrível, deixam de constituir somente progressos, mas passam a ser simultaneamente ameaças que nos põe em perigo a nós e ao mundo. [...] Nas coisas materiais, sabemos e podemos incrivelmente tanto, mas naquilo que está para além disso, como Deus e o bem, já não o conseguimos individuar. Para isso, serve a fé, que nos mostra a luz de Deus, a verdadeira iluminação: aquela é uma irrupção da luz de Deus no nosso mundo, uma abertura dos nossos olhos à verdadeira luz”. (Assunção, 2018, p. 13). Com certeza, a reflexão da papa visionário, que mergulha a pena de suas preocupações nas águas agitadas das ideologias contemporâneas, serve-nos, não apenas como um alerta, mas, sobretudo, como um convite à mudança de atitudes, de tomada de posição frente às correntes malignas que afastam Deus do homem e oprimem as suas criaturas.
Na verdade, assim como os tiranos não nascem feitos, mas são construídos na história, de igual maneira, os messias esperados precisam de oportunidade e de tempo para demonstrarem a que vieram, e, nesse sentido, precisamos oferecer-lhes a chance de ostentar algo novo,  porque, pelo menos, mesmo que tenhamos de “esperar contra toda esperança”, deixar o quadro sócio-político-cultural-econômico do Brasil mais negro do que está, parece-me uma missão impossível. Assim pensando, decidi que, no segundo turno, irei votar em presidente do Brasil, ao contrário do direito à abstenção que exerci no primeiro turno, justificando o voto. Data venia!” (PGRS).

Sinais da Madrugada


Sinais da Madrugada

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Sinais da Madrugada! A noite foi longa. Tivemos de esperar muito tempo para que os sinais da madrugada começassem a dar indicações de esperança. Assim deve ser a democracia de um país surrupiado pela corrupção política, mas, que, agora, também já dá indícios de cansaço. “A esperança que venceu o medo” volta à cena depois de tempos de terrível escuridão, patrocinada, inclusive pelo partido do inspirador dessa bela frase: “A esperança venceu o medo!” Que ironia! Dizem que a história é vingativa, e que os traidores são sempre as primeiras vítimas da própria infâmia. Esse último pensamento é de um escritor grego, cujo nome não me lembro, mas traduz o sentido das verdades que brotam da vida prática do comportamento das pessoas.
As urnas indigitadas no dia 7 de outubro de 2018 fazem soar o timbre da vontade do povo, que, mesmo em meio aos desalentos provocados por anos de denúncias e provocações à justiça, parece entender que é preciso mudar, e a mudança também é uma das garantias do processo democrático que manifesta a vontade do povo. O Brasil precisa retomar o caminho da seriedade, da defesa dos valores constitucionais que tutelam a dignidade humana de todos, indistintamente, sem pretensão de favorecimento às minorias, porque somos todos iguais. Chega de ideologias ditatoriais disfarçadas de princípios supostamente democráticos. Chega de ditaduras como a da Venezuela e de Cuba, que estão caindo de podre pelas presunções comunistas que, por sinal, já foram varridas de outras partes do mundo. Um dia, me perguntaram se eu não tinha vontade de visitar Cuba. Disse que não, porque tinha medo de ficar detido como prisioneiro político. Disse que Cubra era igual ao inferno: só é belo e bonito para os turistas. Por que as pessoas que defendem tanto a civilidade desses países não se mudam para lá? Olhando de fora, tudo é muito lindo e diferente, mas ninguém quer ir experimentar na própria pele as condições de vida de sua gente mais pobre, mais humilde. O país das maravilhas pode ser o quintal do vizinho ao lado, mas, por trás dos muros da separação social, a situação é outra, completamente díspar. Chega de ouvir dizer: “Roubou, mas fez!” Que princípio de critério e discernimento é esse? Ainda bem que a justiça já se acordou, sobretudo com a “operação lava-jato”, cujos efeitos destruidores dos bens da sociedade todo mundo conhece. Bilhões e bilhões foram gatunados dos cofres públicos, e estamos pagando as devidas contas, por exemplo, com as falcatruas da Petrobrás.
Sabemos que as mudanças não acontecem de um dia para o outro e que nenhum governante governa sozinho, sem a necessidade de apoio de muitos outros políticos de diversos partidos. Todavia, os sinais da madrugada indicam novos tempos e diferentes rumos para o Brasil. A esperança dos sinais da madrugada renasce com luzes de otimismo, de sonhos, de expectação para ulteriores motivos de confiança no nosso Brasil. Que passem os tempos sombrios, que reine a nova luz da esperança sobre todos os patriotas da nação “verde, amarelo, azul e branco”. Que os riscos à democracia sejam, realmente, dissipados no horizonte da Pátria Amada, Brasil! Que a democracia brasileira não corresponda, nunca mais, à definição que deu o comediógrafo irlandês, G. B. Shaw (1856-1950) que afirmou: “A democracia substitui a eleição dos muitos incompetentes pela nomeação dos poucos corruptos”. Ou que não aconteça apenas a cada quatro anos, como bem definiram outros comediógrafos franceses: “A democracia é o nome que damos ao povo quando precisamos dele”, especialmente com a convocação às urnas...
Que saíamos da crise ética, moral e econômica por que tem passado o Brasil, com as “marolinhas” que se tornaram um tsunami de desequilíbrio e descalabro social em que vivemos sufocados. E viva o Brasil! (PGRS).

sábado, 2 de junho de 2018

Dom Luciano Duarte e o Silêncio da Tempestade





Dom Luciano Duarte E o Silêncio da Tempestade: Tributo e gratidão







Dom Luciano José Cabral Duarte (1925-2018) foi como uma tempestade que passou pelo mundo e que, agora, se calou definitivamente. Com certeza, o silêncio profundo de sua tempestade começou há mais de vinte e cinco anos, quando, debilitado pelas forças físicas e intelectuais, foi constrangido, forçado pelas intempéries da vida a percorrer o caminho da ausência dos rumores e dos turbilhões próprios das procelas existenciais. Foi no segundo semestre de 1988, quando eu ainda estudava no Seminário Menor de Aracaju, aonde Dom Luciano ia toda semana falar aos seus seminaristas, que ele deixou de visitar-nos como estava habituado. Ele cuidava do Seminário Menor e dos seminaristas como “do próprio coração da Arquidiocese”, como tão bem ele repetia, segundo a frase do Concílio Vaticano II. Algumas explicações foram dadas, mas o fato é que, aos poucos, ele foi desaparecendo e desde aquele tempo Dom Luciano Duarte não parecia mais o mesmo, enérgico em suas reações de veio intelectual ou pleno de vitalidade espiritual diante das exigências de seu apostolado. Pouco interesse parecia demonstrar para com o Seminário que sempre estava no foco principal de suas preocupações. Todo ano, ele também visitava os seminaristas maiores de São Paulo, em Taubaté, e de Brasília. Quando em 1991, eu ingressei no Seminário Maior de Brasília para cursar Filosofia e Teologia, o meu grande sonho era que Dom Luciano aparecesse para nos visitar, rezar a missa, fazendo sua bela homilia, envolvida pelo êxtase da capacidade argumentativa na arte oratória, e eu poder dizer para os meus companheiros, com todo orgulho: “Esse é o meu Arcebispo!”. Mas Dom Luciano nunca apareceu como fazia, pelo menos uma vez por ano. Era ele mesmo que nos contava depois na convivência semanal com os seminaristas em Aracaju.
Por que eu digo que Dom Luciano Duarte foi uma “tempestade”? Porque ele sempre carregou dentro de si um vulcão interior de sabedoria intelectiva acumulada e explosiva para qualquer circunstância necessária de sua apelação. Às vezes, o encontrávamos na Cúria ou no próprio seminário quando havia reunião do clero, e ele se demonstrava calmo, sereno, penetrado de uma atmosfera espiritual tão profunda, que, como que por um milagre, ele transformava o ambiente e o elevava ao senhorio de sua personalidade. Não obstante a aparente serenidade, eu me perguntava sobre os turbilhões de pensamentos revoltos nas ondas escondidas de sua genialidade, saturando as bordas incontíveis de tanto saber armazenado ali. Quem o conheceu mais de perto sabe do que eu estou falando. E não sei se durante toda a minha pobre existência sobre a terra, terei a oportunidade de encontrar alguém que o “suplante” em rigor estilístico literário e espontâneo no risco imperativo das provocações que surgiam de dentro de sua própria inteligência. Suas palavras pareciam descer de uma cachoeira livre e fluente, desembocando na artimanha dialética do inolvidável deleite para os ouvidos de sua plateia. Era uma cabeça pensante, usufruindo sempre para o bem da Igreja de Cristo da inteligência privilegiada que Deus lhe concedera. De sua boca ou de sua pena, qualquer pingo de letra poderia transformar-se numa lagoa transbordante de beleza e sabedoria e ensinamentos.
Conta-se que, um dia, alguém disse sobre ele: “A Igreja vai precisar muito dessa cabeça!”. E ele, que dizia que “só merece ser levado a sério quem é capaz de sofrer por suas próprias convicções”, assumiu todos os riscos do princípio filosófico que criara com a intuição provada pela experiência do que sentia e sofria na pele. Nunca fugiu das altercações que lhe chegavam como resposta às colocações francas, diretas, sem tergiversações, com argumentos sólidos e fundamentados no patrimônio, sobretudo doutrinal e histórico, quando se referia às coisas da Igreja de Cristo. Quanta gente se aborreceu com ele dentro e fora da Igreja, com as respostas virulentas e até surpreendentes, conforme a necessidade do momento, mas também como autodefesa em relação aos ataques que lhe eram desferidos impiedosamente. Também por isso, ele foi como uma tempestade, cuja metáfora contradiz o tempo em que vivemos hoje, quando muita gente, inclusive da Igreja, se cala diante das calamidades progressivas de desprezo pela doutrina católica para não se ferir por causa de suas verdades. Com efeito, o silêncio covarde que nos amordaça é o mesmo que permite que determinadas arbitrariedades aconteçam no laxismo individual patrocinado pelas libertinagens de todo tipo. Assim, suas palavras eram flechas incendiárias que atingiam o alvo no esplendor fulgurante de suas elucubrações. Ele foi da geração de um tempo em que bispos se expunham intelectualmente nos jornais de todo o país, com verdades ferinas e contundentes, mas de alto calibre reflexivo, o que, muitas vezes, inquietava outros intelectuais que, de igual modo, se colocavam na fileira crítica da réplica e da tréplica de suas provocações. Dom Luciano Duarte foi de um tipo como temos poucos na Igreja, capaz de defender e sofrer pelas verdades da fé católica sem pudor nem constrangimento. Hodiernamente, o melindre, a hesitação da consciência, o escrúpulo tomou tanto conta das pessoas, que quase mais ninguém se arrisca em sofrer pelas verdades em que acredita, muito menos a proclamá-las de maneira ousada e audível como Dom Luciano fazia. Murmuramos no escuro as insatisfações pessoais por algum inconveniente do espírito, e quase ninguém fica sabendo.
Dom Luciano José Cabral Duarte – como muitos outros bispos seus contemporâneos, homens de talento e também honestos com a consciência, mesmo se até em lados opostos – foi de outra talha, de outra envergadura pessoal. Poderia não convencer, mas estava convencido do que dizia, porque não falava em nome próprio. No momento em que a Teologia da Libertação já havia feito tantos estragos dentro da Igreja no Brasil e na América Latina, ele defendeu a Arquidiocese com unhas e dentes para que ela não fosse infectada pelo sangue venenoso que ela transmitia. E ele era muito bem consciente dos riscos. Uma vez, ele chegou ao Seminário Menor de Aracaju muito furioso com outro arcebispo, e antes da oração inicial – que era o primeiro gesto que ele fazia com os seminaristas – ele esbravejou, num tom enfaticamente raivoso: “Se eu fosse o papa, eu excomungaria o arcebispo [e disse o nome!]”. Depois, para descontrair, ele começou a sorrir e disse: “Mas ele pode ficar tranquilo que eu não vou ser papa não!”. E todo mundo caiu na gargalhada com ele. Portanto, segundo a sua linha de pensamento, jamais ele permitiria que um candidato ao sacerdócio da Arquidiocese fosse encaminhado para um seminário que estive contaminado pela “teologia da enxada!”, que era uma expressão usada à época. Na CNBB, dizem que sempre que ele iria se pronunciar, fazendo um aparte e tomando a palavra, a assembleia gelava. Coisa boa não viria, no sentido de que ele iria fazer alguma intervenção que contrariaria os presentes. E uma vez, o presidente ficou tão furioso com a sua colocação, que depois, disse: “Está encerrada a sessão!”. Ele foi um dos únicos que tiveram a coragem de enfrentar Leonardo Boff dentro das reuniões da própria CNBB. Foi daquela época o seu opúsculo “O caso Leonardo Boff e a [sua] rebeldia contra Roma” que ele publicou, e nós lemos. Era um tempo de efervescência dialética produtiva e contagiante no meio episcopal. Recentemente, contou-me um eclesiástico da CNBB, com sentimento de tristeza e desilusão depositado no fundo da alma, que, hoje, para alguém se pronunciar, antes tem de dizer qual é o assunto e, dependendo do conteúdo, ele não poderá expor a matéria em questão.
Mas o tempo é implacável com todos, e ninguém escapará à inexorabilidade fatídica de seu redemoinho. Quando o sol da vida se esconde do tempo para iluminar os lugares inimagináveis aos olhos humanos, sua luminosidade ainda permanece se projetando no mundo das reminiscências humanas. Referindo-se à morte, de cuja condição ninguém poderá subtrair-se, Dom Luciano Duarte afirmou numa pregação: “O pensamento da morte, nessa misteriosa e pobre psicologia humana, é um pensamento que nós não suportamos continuamente. Nós temos de nos esquecer de que, um dia, a morte nos levará, senão, não poderemos viver. E, entretanto, é preciso que esse esquecimento não seja um olvido total, não seja uma vida que nega a existência desse corte, deste final brusco que um dia atingirá a cada um de nós. Todos nós conhecemos a nossa própria psicologia, e basta olhar como a nossa alma, como o espírito se comporta quando nós vemos a morte golpear em derredor de nós – nossos amigos, nossos parente, nossos entes queridos. Durante um pouco de tempo, temos aquele pensamento presente ao nosso espírito e dentro de nós o nosso coração soluça. Mas vem de novo a necessidade de sobreviver, e nós deixamos nos desvãos da memória, deixamos nessas profundidades daquilo de que a gente não se lembra, no fundo da nossa alma, as lembranças tristonhas e novamente entramos no ritmo da nossa vida comum. Entretanto, sem nenhum momento doentio, sem nenhuma atitude mórbida, de quem vive sufocado pelo pensamento da morte, de quem vive tirado da maneira habitual de viver dos outros homens, com lucidez, com aceitação, com tranquilidade, com paz na alma, nós devemos nos recordar [...] de que a nossa vida é breve, de que nós teremos que dar conta de como empregamos essa vida e de que o Senhor já está a caminho e ao encontro dele nós estamos caminhando”.
A ele que disse: “Nós carregamos dentro de nós mesmos uma semente de imortalidade e de vida. Depois dessa morte na terra, abre-se para nós uma eternidade inteira que nós somos chamados a viver juntos de Deus na contemplação de sua face”, que o Bom Deus possa conceder-lhe a “contemplação luminosa” de Sua face no céu. Amém.