quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Pensamentos partilhados





Partilhando Pensamentos Meus

 

A cada nova batida do coração repete-se o milagre da existência dentro de um ser humano.

A feiura pode conter belezas que somente Deus poderia realiza-las! Basta que olhemos para o Senhor Crucificado. Nem sequer parecia um ser humano... No entanto, era o mais belo entre os filhos dos homens.

A internet virou um ‘carrefour’ – do francês, ‘encruzilhada’ – por onde nos cruzamos e nos encontramos do mundo inteiro, muitas vezes, sem nos conhecer.

A saudade é a grande casa que alberga todos os bons sentimentos de nossa vida, das experiências felizes que fizemos com aqueles a que amamos pelo tempo e pela eternidade.

A sinfonia do milagre da nossa vida só não é mais bonita, porque perdemos a sensibilidade musical para os encantos de seus próprios mistérios.

A verdade é que tudo chega ao fim, até o fim do fim do fim! Talvez seja, justamente, lá onde tudo poderá recomeçar no esplendor do começo sem fim como o sonho da eternidade.

A vida não reserva nada especial se não descobrirmos a tempo que tudo o que temos de especial é o agora vivido com generosidade e gratidão. Portanto, viva bem esse ‘presente precioso’ ao lado dos que verdadeiramente lhe querem bem.

Antigamente de dizia: ‘Morre-se um papa, faz-se outro!’. Hoje, os dois papas vivem juntos. É Bento XVI mudando os ditames da história.

Antigamente se dizia: ‘Caiu na rede, é peixe!’. Hoje, caiu na rede [da internet], já era!

Apenas Deus pode contrariar a lógica da vida humana, pondo-lhe um fim quando, onde e como quiser. 

 


Cada pessoa é a expressão de um abismo separado dos outros. Portanto, cada uma esconde para si mesma os mistérios que lhe são próprios.

Distantes geograficamente, deslocados no tempo, mas o mundo continua girando, quase ao vivo, nas malhas da internet, que é uma das coisas mais admiráveis da invenção dos tempos modernos. Como disse um amigo, ‘horários dispares, corações unidos’. Então, também estamos presentes no universo cibernético da modernidade.

Enquanto mais caminhamos pela estrada da vida, mais temos os horizontes ampliados na visão humana de nossas expectativas.

Jerusalém à noite, sobretudo, sob a luz majestosa do luar, sempre desperta muitas saudades! A saudade d’Aquele que nos amou tanto que quis pender no madeiro da Cruz para nos salvar. Foi onde ele viveu os últimos dias históricos de sua permanência humana entre nós. E com a saudade d’Ele, muitas outras saudades são iluminadas pela sua presença e lembrança.

Mesmo quem dá saltos no escuro, como às vezes fazemos à luz da fé, precisa desconfiar de alguma segurança em relação ao lugar onde vai cair.

Na arte da cozinha, só não descobre seus segredos quem não se envolve diretamente com ela.

Não tem preto e branco que escondam a alegria de um casal apaixonado.

O amor quando é manifestado pelos sentimentos não tem necessidade de palavras. Ninguém precisa dizer ‘eu te amo’ quando ama de verdade, pois há muitos discursos que escondem mentiras totalmente verdadeiras.

O desespero pode chegar, mas um pouco de racionalidade faz bem ao coração e pode iluminar as trevas das decisões irrefletidas.

O julgamento cega a razão e tira a razão devida à bondade semeada por quem ainda não é perfeito.

O medo nos desinstala de todas as nossas falsas seguranças. Até quem diz não acreditar em Deus clama por ele na hora do sufoco inesperado. 



O preço da ignorância vamos ter de pagá-lo até o dia da nossa morte, por desconhecermos coisas que deveríamos ter conhecido. É que a busca pelo saber nunca enche a medida da curiosidade.

O verdadeiro amor é um mistério tão grande que, mesmo quando a boca se cala, o coração repete baixinho: ‘Eu te amo, eu te amo, eu tem amo!’ E não há nenhuma tempestade imprevisível sobre o profundo mar da existência humana que possa calar a voz interior. Sua âncora é convicção de suas próprias razões embaladas pelas motivações do mesmo amor.

Os caminhos da mente e da inteligência humana jamais deveriam limitar a compreensão a magnitude do universo com todos os complexos intrínsecos à sua própria elaboração criacional divina, que tudo dispôs diante do homem para sua contemplação e estupor.

Os pensamentos brotam espontaneamente de uma motivação existencial, seja ela triste ou alegre, colorida ou cinzenta, iluminada pela felicidade ou obscurecida pela frustração... Os pensamentos são raios da inspiração do momento. E eu teria uma explicação condigna de cada um dos meus.

Para quem tem esperança, o tempo carrega consigo possibilidades de curas físicas e espirituais, resolução de problemas alheios à nossa vontade, mas, sobretudo, condições de reconduzir certas perdas da vida à plenitude de nossos desejos de realização e felicidade.

Pensar nas férias é ter a certeza de poder encontrar um oásis depois da dura travessia do deserto das aulas e dos estudos.

Pense em não reclamar muito das circunstâncias da vida que não estão sob o seu controle como gostaria. Com efeito, não deveríamos nos aborrecer tanto com situações que não dependem de nossa vontade e decisão.

Quando a gente se desespera diante de algumas circunstâncias da vida, fechar-se para o diálogo não é uma atitude muito inteligente. Um pouco de lucidez também faz bem às inquietações do coração.

Quando as dores do espírito invadem a alma é quase impossível ao coração não se encher de tristeza.

Quando as palavras não se completam nem o diálogo não chega ao outro lado da ponte, é sinal de que uma das partes prefere o silêncio ao amadurecimento progressivo do colóquio. 

 


Quem caminha na direção contrária aos próprios objetivos dificilmente chegará aonde pensa que está indo.

Saudade é a grande casa que alberga todos os bons sentimentos de nossa vida, das experiências felizes que fizemos com aqueles a quem amamos pelo tempo e pela eternidade.

Se o que os olhos veem nem sempre é real quanto mais o que pensa ver a imaginação dos maledicentes.

Se sem te ter perdido muitas veze chorei por ti, quanto mais agora que realmente te perdi.

Sentir saudade das pessoas amadas em nossa vida é importante para que saibamos cultivar as amizades verdadeiras.

Somente que aceita seguir Jesus se compromete com o pacote que Ele oferece. Renúncias e sacrifícios fazem parte de seu conteúdo.

Ter força de vontade é, entre outras coisas, ir aonde não quer, fazer o que não quer. É poder ir além do que se deve, mesmo sem querer, quebrando barreiras e vencendo resistências impostas pelas condições do corpo ou do próprio espírito. É poder realizar o inimaginável. É tentar pegar o sol com a mão.

Uma nova e bonita amizade pode ajudar-nos a redescobrir que ainda há sentimentos puros no nosso coração. 
 

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Início do Evangelho de São Marcos

Início do Evangelho de São Marcos

 



Na primeira página do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos, encontramos três episódios importantes da vida histórica de Jesus, que, de sua revelação humana, nos mostrará o mistério escondido de sua própria divindade. Não é por acaso que o Evangelista inicia o texto com o grande anúncio que percorrerá todo o caminho da revelação do Filho de Deus: “Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1,1). Aí está todo o programa teológico da vida de Jesus no meio dos homens, igual a nós em tudo, exceto, no pecado.

Eis, pois, que, logo no começo do Evangelho, nos deparamos com a “pregação de João Batista” (vv. 1-8), “o Batismo de Jesus” (vv. 9-11) e a “tentação de Jesus nos deserto” (vv. 12-13). Na verdade, são três situações que envolvem a preparação do ministério de Jesus em sua terra. Nesse texto, Jesus já aparece grande, crescido, saindo do tempo de seu escondimento para revelar publicamente o seu projeto missionário. O texto não fala de nascimento, de infância, da vida de Cristo junto aos seus pais nos primeiros anos de sua existência. 

 


João Batista, o Batizador, era conhecido como o “precursor do Messias”, que desde os tempos antigos era anunciado pelas Escrituras como o Salvador da humanidade, envolta nas trevas do pecado. O profeta Isaías já falava dele quando disse: “Eis que envio o meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. Uma voz que grita no deserto: preparai o caminho do senhor, endireitai suas veredas” (Mc 1,2-3). E João Batista foi pelo deserto, proclamando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados. E de toda a Judeia e de Jerusalém todos iam a ele, deixando-se batizar por ele nas águas do Rio Jordão, e confessando seus pecados (Mc 1,4-5). Mais adiante, João Batista se encarrega de dizer que, depois dele, virá Aquele que não batizará mais com água, como ele o fizera, mas batizará a todos com o “Espírito Santo” (vv. 7-8).

Para surpresa de João Batista, “Cristo entra na fila dos pecadores” para também fazer-se batizar por ele. O Evangelho de Marcos é sucinto, não entra em muitos detalhes, mas afirma que, naqueles dias, Jesus viera de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no Rio Jordão. E assim que ele saiu das águas, João viu o céu se abrindo e o Espírito Santo descer sobre ele em forma de pomba, enquanto uma voz, vinda do céu, dizia: “Tu és o meu filho amado, no qual eu pus todo o meu prazer” (Mc 1,11). Jesus é o único capaz de oferecer ao Pai a obediência incondicional por toda a sua vida celestial e terrena. E Ele o faz em favor dos homens todos, de todos os pecadores do mundo que manifestam desobediência ao projeto de salvação de Deus.

Por causa dos caminhos estreitos e, muitas vezes, obscuros de nosso raciocínio teológico quanto à revelação de Deus, precisamos recorrer, de maneira lúcida e serena, a ideias mais luminosas de pensadores que nos ajudem a clarear mais o mistério escondido nas profundezas das próprias ações divinas. Por que Jesus se deixa batizar, se Ele é o Filho do Deus, o Puro, o Santo, o Imaculado, sem sombra de pecado? Se o batismo serve para apagar o “pecado originado”, como aprendemos na Teologia, que sentido tem o Batismo de Cristo para nossa compreensão catequética? É uma pergunta, aparentemente simples, que todos fazemos. Até João Batista demonstrou reação de surpresa diante da iniciativa de Jesus: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por Ti, e Tu vens a mim?”. Ao que Cristo lhe respondeu: “Por enquanto, deixa como está, para que assim seja cumprida toda a justiça” (Mt 3,13-14). 

 



Sobre o Batismo de Jesus, o Papa Bento XVI coloca-o dentro do contexto da narrativa das tentações, à luz do texto de São Mateus (Mt 4,1-11), afirmando que tal narrativa “surge a seguir ao relato do Batismo de Jesus, no qual se prefigura o mistério da Morte e Ressurreição, do pecado e da redenção, do pecado e do perdão: Jesus desce à profundidade do Jordão. A submersão no rio é uma representação simbólica do processo de morte. É sepultada a antiga vida, para que assim possa surgir a vida nova. Como no próprio Jesus não há pecado, nem antiga vida para sepultar, a aceitação do batismo constitui uma antecipação da Cruz, ingresso no nosso destino, aceitação dos nossos pecados sobre Si e da nossa morte. No momento em que Jesus emerge das águas, abre-se o céu de par em par e dele surge a voz com que o Pai O reconhece como Seu Filho. O céu aberto é um sinal de que esta descida até nossas noites abre o novo dia, de que o muro entre Deus e o homem é derrubado através dessa identificação do Filho conosco; Deus deixou de ser o Inacessível; nas profundezas da morte e de nossos pecados, aí está Ele em busca de nós e a levar-nos de novo para a luz. Neste sentido, o Batismo de Jesus antecipa o drama de Sua vida e morte, ao mesmo tempo que no-lo interpreta”. Assumindo sobre Si as nossas dores e os nossos pecados, a pobreza de nossa vida interior se transfigura e se ilumina diante da Sua. Por isso que Ele é a “justiça” de Deus para todos nós. Não se trata de uma “justiça” ao alcance dos olhos humanos, no sentido de que cada um recebe o que merece pelos seus próprios méritos ou deméritos. É Deus mesmo, por meio do Filho, que refaz o caminho da escuridão do pecado para a luz da graça redentora da qual nos afastamos por conta própria e com tanta facilidade. 



O mistério que a Encarnação de Cristo encerra na plenitude da Revelação de Deus atravessa todo o mistério de nossa humanidade redenta por Ele. Nada fica de fora quanto à dimensão mais radical e profunda da chegada do Filho de Deus entre nós, sobretudo, pelos efeitos inauditos de Sua redenção. Ele se rebaixou, esvaziando-se de seu ser igual a Deus (Fl 2,6-8), para que pudéssemos ser elevados à Sua estatura de Filho de Deus. De fato, nos tornamos “filhos” no “Filho”.