terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

Dom Dilmo Franco de Campos


Dom Dilmo Franco de Campos
Primeiro bispo da minha turma de filosofia em Teologia, em Brasília

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No dia 25 de janeiro de 2020, dia festa da conversão de São Paulo, foi sagrado o primeiro bispo da minha turma, egresso daquela casa de formação. De 15 sacerdotes ordenados para vários dioceses do Brasil, dois deixaram o ministério sacerdotal e um, de Formosa, faleceu. Pois, então, Dom Dilmo Franco de Campus, foi nomeado pelo Papa Francisco no dia 27 de novembro de 2019, aos 47 anos de idade, com 22 anos de exercício do ministério sacerdotal. Era a minha turma dando frutos de sucessão apostólica. Uma alegria incomensurável. Filho de Formosa, no interior do Estado de Goiás, foi sagrado na catedral sede da Diocese onde também fora ordenado sacerdote. O bispo sagrante principal foi Dom João Casimiro Wilk, bispo de Anápolis, para cuja diocese Dom Dilmo foi nomeado o primeiro bispo auxiliar, sendo o bispo titular de Itá - uma sede episcopal antiga, que não existe mais. Essa é uma tradição na Igreja Católica Apostólica Romana. Todos os bispos que assumem alguma função na Igreja – como, por exemplo, bispo auxiliar, núncio apostólico, secretário de Estado do Vaticano, et alii – recebem uma sede episcopal imaginário. Entre os bispos consagrantes, estava Dom Waldemar Passini Dalbello, que fora nosso contemporâneo em Brasília, durante seus estudos de Teologia. O outro, Dom Aldair José Guimarães, Bispo de Formosa, veio do clero da Diocese de Uruaçu, tendo passado por outra diocese.

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CONGRAGAVIT NOS IN UNUM CHRISTI AMOR

Dom Dilmo assumiu como lema episcopal Congragavit nos in unum Christi Amor - O amor de Cristo nos uniu! A sagração episcopal é o terceiro grau do sacramento da Ordem. Quando éramos seminaristas em Brasília, Dilmo me fizera uma proposta, dizendo: "Gigi - era assim que me tratava - se, um dia, você for morar em Roma, você vai me dar uma bíblia, em latim, de presente". Aceitei o trato, mas me esqueci de fazer a contraproposta: "E, se você for, você compra sua Bíblia". O fato é que eu fui antes dele e, depois, nos encontramos pelas paragens da cidade de Rômulo e Remo. Então, como a bíblia era cara, manifestei o desejo de cumprir a promessa apenas com o Novo Testamento, que era, inclusive mais simples e portátil. Mas ele não o aceitou. Portanto, resolvi comprar uma bíblia bem grande, edição da vulgata, só para fazer mais volume na sua bagagem. E, desse modo, mais uma vez, o vento da história sopra o pó de nossas reminiscências. Dom João Wilk, polonês, muitas vezes, foi recebido por mim no Seminário Maior de Brasília quando eu era seminarista e compunha a equipe do economato, ajudando da administração das finanças, sob à liderança de um padre formador. Ele era o responsável direto pelo pagamento da mensalidade dos franciscanos. Era um bom pagador, fiel, não atrasava!
Sobre Dom Waldemar Passini Dalbello, posso narrar o fato de eu ter conseguido para ele hospedagem de cinco dias em Paris, quando de sua primeira viagem a Israel. Um dia, ele, ainda seminarista, precisou fazer uma ligação para o Canadá com o intuito de falar com um padre que fora formador em Brasília, o Pe. Paul Terrio, que, algum tempo depois,  em 2012, foi nomeado bispo da Diocese de São Paulo, em Alberta, naquele país.  Dom Paul Terrio foi o meu primeiro diretor espiritual em Brasília. Então, por não falar francês ainda, pediu, sob sigilo, que fizesse a ligação para o Canadá, chamando-o em francês. A partir daquele colóquio, Dom Waldemar pôde organizar sua viagem para breves estudos de hebraico em Jerusalém. Voltando, permaneceu cinco dias em Paris, hospedado na casa geral da Congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de Nossa Senhora. Quem o conseguiu para mim, foi a Ir. Maria Alice Portela, uma santa religiosa que Deus me concedeu a graça de conhecê-la. Na ocasião, o jovem Waldemar me trouxe um livro com informações turísticas sobre Paris no qual escreveu: "...para uma preparação antecipada de sua visita à capital francesa". Em 1999, durante o mês de agosto, eu estava lá, conferindo as novidades da histórica Paris que já conhecia pela fama, e pelos livros, e pelo idioma neolatino.
Assim é a história dos homens, assim é também a história da Igreja de Cristo. Basta um piscar de olhos, pousando o raio da visibilidade sobre o mosaico dos seus personagens, para descobrirmos quantas personalidades se cruzam no mapa das nossas investigações mentais. Ninguém é estranho a ninguém quando expandimos o leque das boas recordações de fatos e pessoas.