quarta-feira, 11 de abril de 2012

Enquanto mais animais, menos pessoas!

             ENQUANTO MAIS ANIMAIS, MENOS PESSOAS

                               

Não tenho nada contra quem gosta de animais, defendendo-os a qualquer custo. Cada um tem direito de defender seus bichinhos de estimação. Também não sou a favor de que eles sejam espancados ou mal tratados. No entanto, não me conformo, e fico indignado, com a exagerada apreciação e defesa de cães, gatos e cachorros, enquanto leis abortistas grassam, impiedosamente, sobre vidas humanas, que, nem sequer, despontaram na plenitude do existir. 

Um dia, eu li num jornal italiano o seguinte: “Se um cachorro lhe morder, nada de extraordinário. Agora, experimente, você morder um cachorro. Vai virar capa de jornal”. E não é que é verdade! Os animais estão em alta. Há inclusive grupos e ONGs que os defendem, com fúria e furor, diante das investidas de eventuais agressores, mesmo quando eles agem em legítima defesa. O fato é que nos impressiona a maneira como a sociedade moderna tem preposterado, invertido, a escala de valores, a ponto de, inclusive, atribuir aos animais sentimentos que são propriamente humanos. Pior ainda: imaginar que os animais possuem alma espiritual e mereçam sepultura digna, com direito a vela, placa fúnebre datada, funerária, cemitério, e tantos outros privilégios dos pobres seres humanos mortais, criados à imagem e semelhança de Deus, ao contrário dos animais, que se destroem, radicalmente, quando lhes falta o hálito do existir. E não vai demorar, até quererem que o padre faça-lhes as exéquias com litania em latim e água benta. Na verdade, trata-se de um absurdo deprimente da possível irracionalidade humana. Daí o slogan que poderia ditar o comportamento do homem na sociedade hodierna: “Enquanto mais formos animais, menos seremos pessoas”. 

É, pois, a leviandade do desrespeito humano – à vida humana e à sua dignidade – quem parece ditar atitudes desse tipo, como a legalização ao aborto, da eutanásia, e sabe-se lá de que outros modos de prevaricação aos direitos do gênero humano, em todas as dimensões de seu desenvolvimento, isto é, desde a concepção até a própria morte. De fato, como afirmara Dom Henrique Soares da Costa, na Catedral Metropolitana de Aracaju, na quinta-feira santa – conclamando a sociedade, de modo geral, a reagir contra a imposição hipócrita de minorias insanas, com suposta representação da maioria lúcida, que não corresponde nem aprova a falácia de suas discussões duvidosas – “ou a vida humana será sagrada sempre, ou não será sagrada nunca!”. 

Que não seja o argumento perverso de uma minoria assassina a prevalecer sobre os verdadeiros valores da vida e da dignidade humana, pois, se nos é tolhida a vida, enquanto direito inviolável e inapelável de todos, de que outros direitos podemos usufruir? Sem vida, sem nada! E o mais curioso é que os mesmos que defendem a legitimidade da "dignidade humana" são os mesmos que autorizam matar, de modo vil e crudelíssimo, sem dó nem piedade do desespero das vítimas indefesas.