quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Dom Vocacional


Dom Vocacional


No dia 21 de janeiro de 2013, estarei completando 15 anos de Ministério Sacerdotal. Assim, gostaria de – nesse tempo de gratidão a tantas pessoas que marcaram minha vida, sobretudo, da presença divina que me escolheu por pura misericórdia e gratuidade – refletir com meus leitores sobre a importância da figura do sacerdote na vida dos cristãos. Tal reflexão, farei em vários textos que me possibilitem a oportunidade de dialogar e esclarecer alguns pontos chaves aos meus leitores sobre a grandeza do dom vocacional.

Infelizmente, pouco se fala sobre o assunto, especialmente, porque muitos pensam ser coisa somente da Igreja, quando, na verdade, muitos momentos da vida social, seja privada ou pública, são marcados pela presença de um sacerdote. Por acaso, não é ele que oferece a Deus o santo sacrifício da Missa, “por si e por todos os seus”, como reza o Missal Romano? Não é ele quem batiza os seus filhos e lhes administra todos os Sacramentos da Igreja? Às vezes, impressiona-me o cinismo de alguns intelectuais famosos, que vivem como ateus, agnósticos, descrentes, religiosamente, desorientados, negam claramente a existência de Deus, por ser incompatível com a dialética entre razão e fé, e quando pressentem o vento frio da morte – claro que não são todos! – lembram-se logo do padre, a fim de que lhes dê a absolvição e, consequentemente, garanta-lhes, quem sabe, um bom lugar no purgatório.  E quando morre, ainda quer missa de “corpo presente” e de sétimo dia. O choque real da morte condiciona e até redimensiona os valores errados que damos à radicalidade mais inerente ao medo que temos de ir para o inferno. Isso também faz parte da natureza humana. Mas não é o caso de aprofundarmos o tema aqui. Lembro-me de um amigo Cardeal que dizia a um sacerdote que rezava pelas pessoas que haviam se perdido na vida e morreram sem os favores da graça divina, e são tantas, que escolheram por convicção renegar a fé e fechar-se à necessidade do divino durante o pobre tempo de sua vida na terra. Interpelava, pois, o cardeal: “Não reze, não! No purgatório, elas não estão mais, e se foram para o inferno, ninguém mais pode tirá-las de lá”. Tanto o descrente quanto o fiel deveriam viver com serenidade interior as apostas de suas convicções. Mas não é isso que vemos e lemos em reflexões ousadas e provocativas do desabafo de mentores de ideologias infrutíferas e contraproducentes no terreno livre da argumentação.

Talvez, seja justamente isso o que eu esteja fazendo aqui! No entanto, um pouco de autocrítica sempre nos faz bem. Ninguém é dono da verdade a ponto de querer impor seus princípios aos outros. A diversidade do universo cultural apologético é bastante enriquecedora, contanto que saibamos discernir bem a luz das trevas no caos das altercações literárias. Por isso que não nos limitamos somente a um estilo literário ou de conteúdo e leitura, mas também nos aventuramos pelos caracóis, quase inextrincáveis, da curiosidade e percepção de cada mente pensante. Mas vamos ao objetivo maior de nossa meditação.