segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Absurdos da hipocrisia do Estado dito laico...


Absurdos da Hipocrisia do Estado dito Laico 

 

O que realmente significa a palavra “laico” nos lábios de quem o julga ser o antônimo de religiosidade? Será que, de fato, todos os resquícios do sagrado devem ser banidos da vida social do Estado que se considera, arrogantemente, laico, como se a irreligião fosse a verdadeira expressão do respeito à “liberdade religiosa”? Que ninguém se assuste, mas vai chegar o dia em que, por exemplo, um padre não poderá mais andar por aí vestido a caráter, porque estará causando escândalo aos incrédulos, o que já acontece em alguns ambientes públicos da Europa, onde uma muçulmana não pode mais entrar numa Universidade portando a sua burca, mesmo que o distintivo seja usado com toda a serenidade de suas convicções religiosas. De tempos em tempo, o tema volta às raias da discussão hipócrita e sem fundamento plausível dos detratores da agressividade dos símbolos religiosos, sobretudo, para os ateus ou aqueles que não professam religião nenhuma. 

Em alguns lugares, o Crucifixo já foi banido de paredes públicas de edifícios do Governo. Vestes de identidade que expressem a pertença a esse ou àquele credo também já não podem ser usadas em determinados lugares, por conta do constrangimento que podem causar aos que se imaginam independentes e livres das superstições fantasiosos dos deuses, que podem abençoar o amaldiçoar os seus súditos, conforme aderência ou não aos seus preceitos. Agora, chegou a vez de banir o nome de Deus das cédulas brasileiras onde podemos ler, com o auxílio de uma ótima lupa: “Deus seja louvado!”. Com tantas outras coisas mais sérias e urgentes que precisariam ser tratadas com mais rigor, preocupação e responsabilidade pelas autoridades jurídicas competentes do nosso país, como a torrente de violência e podridão política que assolam o país inteiro, levando vidas humanas, de maneira implacável, para a sarjeta da destruição e do descontrole social, entra em cena o despropósito de imaginar que uma afirmação de louvor a Deus seja preconceituosa e constrangedora para os descrentes. 

Se a intenção deve ser levada até às últimas consequências como querem, preparem-se, também, para trocar o nome de muitas cidades, no Brasil e no mundo, que estão profundamente ligadas ao fato religioso, como é o caso de São Paulo e de São Salvador da Bahia, para citar somente dois rápidos exemplos. Para quem não sabe, São Paulo foi o grande Discípulo e Apóstolo de Jesus Cristo que entregou e consumiu toda a sua vida pela causa do evangelho, que anunciava a salvação trazida pelo Filho eterno de Deus. Como não ligar a história dessa imensa metrópole aos primórdios do Cristianismo que chegara ao Brasil aportado pelas caravelas de Pedro Álvares Cabral – que se dirigia para a Índia – e do labor do apostolado dos jesuítas que aqui vieram plantar a cruz do Evangelho? Quanto a São Salvador da Bahia, de quem se trata senão de nosso bendito Redentor e Salvador Jesus Cristo? Nos Estados Unidos e na própria América Latina, quantas cidades possuem nomes relacionados à religião? Faça a lista! Dê-se ao trabalho de pesquisar e você ficará surpreso com o resultado. E quanto às pessoas, inclusive, públicas que carregam sobre si os estigmas da religião de Cristo em seus nomes? Também não deveriam mudar? Penso que sim, a fim de não constrangerem sua geração, nem ascendente nem descendente, conspurcando-a com a suposta praga do catolicismo. 

E não é somente isso! Quem for honestamente crítico, verdadeiro e coerente com sua inteligência, sabe muito bem dos imensos benefícios que o Cristianismo sempre carregou consigo nas costas de sua História, permitindo chegar às portas da modernidade todo o seu valor cultura, moral, espiritual, sobretudo, expresso na arte, em geral, na literatura e na pintura. O que dizer, então, dos belíssimos vitrais catequéticos que estampam as igrejas antigas e medievais – muitas das quais já se transformaram em hotéis de luxo, prefeitura, bares de dança e etc – como florescimento de um novo estilo de transmissão do conhecimento, ainda se pejada dos atributos religiosos do mesmo Cristianismo? Não são contornos indispensáveis à elaboração cultural contemporânea? Tudo isso não deveria, de igual modo, ser varrido de museus e outros templos de conservação desses resquícios de culto à Divindade? Estúpida e arrogante pretensão de laicidade! Parafraseando a Sagrada Escritura, maldita nação cujo deus [com “d” minúsculo] não é o Senhor! 

Mais grave do que se afastar da religião, como pretende o mundo moderno, será o iminente risco de proibirem as pessoas de professarem a sua fé livremente, segundo os ditames de sua consciência. Desse modo, aparentemente, inofensivo, mas contundentemente agressivo e déspota, novas perseguições irão sendo forjadas nas consciências deletérias dos valores cristãos que ameaçam tanto à lisura impoluta de suas posturas imperativas. Assim, eles vão empurrando para as catacumbas modernas o voo livre da religião de Cristo, que nada mais quer além de poder cumprir seu papel com a liberdade e o desimpedimento permitidos a qualquer outra profissão de fé ou credo religioso. Hoje, o que parece ser simples ameaça, inevitavelmente, poderá transformar-se na rejeição radical a qualquer tipo de louvor e reconhecimento da soberania do dono do mundo, Deus mesmo, tanto para os que creem quanto para os que não creem. De fato, não é a consciência humana quem dá legitimidade e existência à própria Divindade. Ela é anterior a tudo e a todos, e existe apesar de nós e sem nós.