terça-feira, 23 de agosto de 2011

Bento XVI e a Juventude: sexo, droga e rock'n'roll

Bento XVI e a Juventude: Sexo, Droga e Rock’n’ roll 



Confesso que gostaria de ver a cara e os olhos dos leitores que se encontram diante de um tema como este: “Bento XVI e a Juventude: sexo, droga e rock’n’roll”. Imagino sua inteligência, vendo brilhar o desvario desnorteante do padre escritor, como se a falta do que fazer ou do que dizer soprasse forte sua fantasia dialética. Posso até intuir e vislumbrar a mente do leitor agitada sob o efeito devastador do delírio do padre. Mas, vamos supor, de maneira absurda, que o título acima correspondesse à verdade esperada por alguns desorientados.
Sim, se fosse verdade, com certeza o leitor já estaria farto, totalmente saturado, com a enxurrada de informações e detalhes escandalosos, envolvendo a figura do Santo Padre. Sem dúvida nenhuma, os veículos de comunicação de massa televisiva e impressa já teriam envenenado, à saciedade, todas as oportunidades sensacionalistas, a fim de denegrir sua imagem, com todas as consequências devastadoras das inverdades projetadas sobre ele e os jovens em seu derredor. Porém, o Papa não reúne jovens para fomentar a promiscuidade patrocinada pela indústria gananciosa de preservativos, incitando à depravação e à libertinagem do “transe o máximo que puder, contando que use camisinha”; ele não arrebanha jovens para fazer valer a legalização do aborto nem a falsa legitimidade dos antivalores, convencionada por uma sociedade doentia e medíocre, que não se dá conta de suas próprias aberrações; ele não chama os jovens à passeata da liberação da maconha e de outras drogas afins, que destroem a dignidade da pessoa e matam as disposições do espírito para liberdade do autêntico domínio de si; ele não lidera nenhuma passeata gay. Muito pelo contrário, seu papel de pastor e guia visível do rebanho do Senhor Jesus Cristo, do rebanho da Igreja de Cristo, vai numa direção totalmente diferente quanto aos apelos hedonistas e autossuficientes do mundo moderno. Seu discurso parece ser a “a voz que clama no deserto” da indiferença dos que buscam alicerçar sua vida longe de Deus, único fundamento possível à superação dos conflitos violentos da desintegração do homem e de sua dignidade. Todavia, o discurso do papa é uma lente de aumento que consegue atingir a essência das coisas num mundo maluco e marginal à voz do evangelho de Cristo.
Reunido com milhares e milhares de jovens de mais de 170 países, numa verdadeira olimpíada da fé, Cristo tornou-se o vencedor e ganhador merecido da alma de tantos jovens que aderem ao seu projeto de felicidade e escutam a voz do Papa. Sim, o Sumo Pontífice tem consciência da urgência de modelos seguros de que os jovens precisam para viver o ideal cristão. Cristo é o exemplo maior e a garantia viva da resposta verdadeira à busca da juventude. Ele é o “otimismo radical” como antídoto a todo tipo de desequilíbrio e ausência de domínio, que descaracterizam a sacralidade da vida humana. Assim, diante dos desafios contemporâneos à vivencia da fé, o Papa Bento XVI exorta a juventude católica a não desistir, nunca, de alimentar o desejo de profunda intimidade com Cristo, conhecendo-o melhor e amando-o como somente ele o merece. Eis o convite do Papa: “Aproveitai estes dias para conhecer melhor a Cristo e inteirar-vos de que, enraizados n’Ele, o vosso entusiasmo e alegria, os vossos anseios de crescer, de chegar ao mais alto, ou seja, a Deus, têm futuro sempre assegurado, porque a vida em plenitude já habita dentro do vosso ser. Fazei-a crescer com a graça divina, generosamente e sem mediocridade, propondo-vos seriamente a meta da santidade. E, perante as nossas fraquezas, que, às vezes, nos oprimem contamos também com a misericórdia do Senhor, sempre disposto a dar-nos de novo a mão e que nos oferece o perdão no sacramento da Penitência”. E mais: “Edificando-a sobre a rocha firme, a vossa vida será não só segura e estável, mas contribuirá também para projetar a luz de Cristo sobre os vossos coetâneos e sobre toda a humanidade, mostrando uma alternativa válida a tantos que viram a sua vida desmoronar-se, porque os alicerces da sua existência eram inconsistentes: a tantos que se contentam com seguir as correntes da moda, se refugiam no interesse imediato, esquecendo a justiça verdadeira, ou se refugiam em opiniões pessoais em vez de procurar a verdade sem adjetivos”.
Com o Papa Bento XVI, a Jornada Mundial da Juventude continua – segundo as intenções do Beato Joao Paulo II, que as fundou em Roma, no Domingo de Ramos de 1994 – sendo um marco válido para que, de modo mais próximo e objetivo, o guia do rebanho possa confirmar, também, a fé de seus irmãos jovens, de igual modo, seguidores de Cristo. De fato, como ouvi por uma emissora de televisão católica, que transmitiu todos os momentos mais importantes do evento, “jovem não significa barulho e bagunça, mas, oração e reconciliação”. E é verdade!. Infelizmente, nossa juventude, muitas vezes, encontra-se perdida, sem rumo nem direção, com os modelos falidos e nada edificantes, que patrocinam a apologia ao sexo, à droga e às aberrações e promiscuidade de todo tipo, na corrida infrene e devastadora de satisfação às taras mais efervescentes dos instintos mais primários dos desajustes comportamentais. Baladas e pegações, bolinagens e esfregações, e tantos outros desníveis de xumbregação, estão fora do que o Papa tenta transmitir aos jovens católicos. E, com certeza, tudo isso soa mal aos ouvidos surdos da modernidade que apenas ouve o que lhe interessa de modo imediato e vantajoso. Por isso que o Papa lembra aos jovens a necessidade de Deus para uma vida conforme seu plano de felicidade para o homem: “Há muitos que, julgando-se deuses, pensam que não têm necessidade de outras raízes nem de outros alicerces para além de si mesmo. Desejariam decidir, por si sós, o que é verdade ou não, o que é bom ou mau, justo ou injusto; decidir quem é digno de viver ou pode ser sacrificado nas aras de outras preferências; em cada momento dar um passo à sorte, sem rumo fixo, deixando-se levar pelo impulso de cada instante. Estas tentações estão sempre à espreita. É importante não sucumbir a elas, porque na realidade conduzem a algo tão fútil como uma existência sem horizontes, uma liberdade sem Deus”.
Sem desconhecer o dom sublime da liberdade com que fomos criados “à imagem de Deus”, o Papa insiste com firmeza e serenidade: “Sabemos bem que fomos criados livres, à imagem de Deus, precisamente para ser protagonistas da busca da verdade e do bem, responsáveis pelas nossas ações e não meros executores cegos, colaboradores criativos com a tarefa de cultivar e embelezar a obra da criação. Deus quer um interlocutor responsável, alguém que possa dialogar com Ele e amá-Lo. Por Cristo, podemos verdadeiramente consegui-lo e, radicados n’Ele, damos asas à nossa liberdade. Porventura não é este o grande motivo da nossa alegria? Não é este um terreno firme para construir a civilização do amor e da vida, capaz de humanizar todo homem?”. Eis, pois, que o Papa prossegue orientando os jovens: “Sede prudentes e sábios, edificai as vossas vidas sobre o alicerce firme que é Cristo. Esta sabedoria e prudência guiarão os vossos passos, nada vos fará tremer e, em vosso coração, reinará a paz. Então sereis bem-aventurados, ditosos, e a vossa alegria contagiará os outros. Perguntar-se-ão qual seja o segredo da vossa vida e descobrirão que a rocha que sustenta todo o edifício e sobre a qual assenta toda a vossa existência é a própria pessoa de Cristo, vosso amigo, irmão e Senhor, o Filho de Deus feito homem, que dá consistência a todo o universo. Ele morreu por nós e ressuscitou para que tivéssemos vida, e agora, junto do trono do Pai, continua vivo e próximo a todos os homens, velando continuamente com amor por cada um de nós”.
Que bela festa da Igreja de Cristo aconteceu em Madri, na Espanha, enquanto tão poucos meios de comunicação se interessaram em transmitir com mais disposição e vontade no intento de demonstrar que a voz do Papa ainda encontra eco no meio da juventude sedenta de Deus e do amor que ele quer transmitir-lhe!. Em 2013, festa desse nível será realizada no Rio de Janeiro, esperando contar com mais de dois milhões de jovens do mundo inteiro. Vamos esperar com alegria e entusiasmo!. Que também entre nós, esteja o Santo Padre, o Papa Bento XVI, na ocasião, no alto de seus 87 anos. No Ângelus do Domingo passado, encerrando seu compromissos na XXVI Jornada Mundial da Juventude, sua saudação aos jovens de língua portuguesa dizia: “Queridos jovens e amigos de língua portuguesa, encontrastes Jesus Cristo! Sentir-vos-eis em contracorrente no meio duma sociedade onde impera a cultura relativista que renuncia a buscar e a possuir a verdade. Mas foi para este momento da história, cheio de grandes desafios e oportunidades, que o Senhor vos mandou: para que, graças à vossa fé, continue a ressoar a Boa Nova de Cristo por toda a terra. Espero poder encontrar-vos daqui a dois anos, na próxima Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, Brasil. Até lá, rezemos uns pelos outros, dando testemunho da alegria que brota de viver enraizados e edificados em Cristo. Até breve, queridos jovens! Que Deus vos abençoe!”. E nós dizemos: Amém.