sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A Juventude da Igreja de Cristo

A Juventude da Igreja de Cristo 


Em Madri, na Espanha, o Papa Bento XVI encontra-se com a Juventude da Igreja de Cristo na já conhecida JMJ (Jornada Mundial da Juventude), que está na sua XVI edição. Inspirada pelo Beato Joao Paulo II, as Jornadas Mundiais da Juventude nasceram em 1984, no Domingo de Ramos, em Roma. De lá para cá, o Papa sempre teve a oportunidade de encontrar-se com jovens católicos do mundo inteiro para aprofundar a fé e a radicalidade de suas exigências vividas por amor a Cristo.
Na vigésima sexta edição, em Madri, o Papa Bento XVI, seguido por jovens católicos do mundo inteiro, assim os saudou no acolhimento: “Na leitura que há pouco foi proclamada, ouvimos uma passagem do Evangelho onde se fala de acolher as palavras de Jesus e de as pôr em prática. Há palavras que servem apenas para entreter, e passam como o vento; outras instruem, sob alguns aspectos, a mente; as palavras de Jesus, ao invés, têm de chegar ao coração, radicar-se nele e modelar a vida inteira. Sem isso, ficam estéreis e tornam-se efêmeras; não nos aproximam d’Ele. E, deste modo, Cristo continua distante, como uma voz entre muitas outras que nos rodeiam e às quais estamos habituados”. Fundamentado na Sagrada Escritura, sobretudo, à luz de tudo o que Cristo viveu e ensinou, o Papa fala do valor de palavras seguras, que sejam alimento de intimidade com o Deus, o Pai de Jesus Cristo. De fato, vivendo no meio de correntes turbulentas e contrárias à vontade de Deus, nenhum homem poderá, jamais, encontrar o caminho da felicidade plena, como, não apenas anseia o mundo moderno, mas, também, tem demonstrando pouco interesse pela fidelidade aos princípios de retidão e vivência serena dos valores cristãos. Aliás, aqueles que pensam ser donos de si mesmos e de seus projetos falidos pela superficialidade de uma vida vazia e sem sentido, nada mais fazem do que cavar o abismo da infelicidade para o qual são arrastados pela teimosia do distanciamento de Deus. No seu discurso, o Papa Bento XVI insistia: “Além disso, o Mestre que fala não ensina algo que aprendeu de outros, mas o que Ele mesmo é, o único que conhece verdadeiramente o caminho do homem para Deus, pois foi Ele que o abriu para nós, que o criou para podermos alcançar a vida autêntica, a vida que sempre vale a pena viver em todas as circunstâncias e que nem mesmo a morte pode destruir. O Evangelho continua explicando estas coisas com a sugestiva imagem de quem constrói sobre a rocha firme, resistente às investidas das adversidades, contrariamente a quem edifica sobre a areia, talvez numa paisagem paradisíaca, poderíamos dizer hoje, mas que se desmorona à primeira rajada de ventos e fica em ruínas”.
Ao lado de protestos desnecessários, fomentados por grupos radicais, perdidos e desorientados na vida, as palavras do Papa fazem eco no coração dos jovens católicos que sabem o que querem, o que fazem e por que estão ali, reunidos em derredor do Pastor visível da Igreja de Cristo que confirma os seus irmãos na fé. Portanto, não se trata de um “show business” da fé, em que a agitação frívola de consequências financeiras chama à baila jovens inquietos em busca de coisas extraordinárias. Na verdade, as palavras de Cristo ainda encontram ressonância profunda na vida de muitos jovens em nossas comunidades paroquiais. O Papa sabe das angústias e dos conflitos espirituais e interiores por que os cristãos passam no quotidiano de seu testemunho a Cristo, e os jovens também participam, com convicção e generosidade, dos desafios de sua fé. Por isso que o Santo Padre os adverte: “Bem sabeis que, quando não se caminha ao lado de Cristo, que nos guia, extraviamo-nos por outras sendas como a dos nossos próprios impulsos cegos e egoístas, a de propostas lisonjeiras, mas interesseiras, enganadoras e volúveis, que atrás de si deixam o vazio e a frustração”. É um momento único na vida dos jovens que se reúnem para rezar com o Papa, são dias que devem bem ser aproveitados, como afirma o Sucessor de Pedro, “para conhecer melhor a Cristo e inteirar-vos de que, enraizados n’Ele, o vosso entusiasmo e alegria, os vossos anseios de crescer, de chegar ao mais alto, ou seja, a Deus, têm futuro sempre assegurado, porque a vida em plenitude já habita dentro do vosso ser. Fazei-a crescer com a graça divina, generosamente e sem mediocridade, propondo-vos seriamente a meta da santidade. E, perante as nossas fraquezas, que às vezes nos oprimem contamos também com a misericórdia do Senhor, sempre disposto a dar-nos de novo a mão e que nos oferece o perdão no sacramento da Penitência”.
É uma pena que muitas pessoas fiquem privadas do conhecimento mais anunciado das Jornadas Mundiais da Juventude e de seu conteúdo!. Na há interesse das emissoras nacionais e internacionais, de grande porte e alcance, em divulgar eventos desse tipo. A perversidade maligna de jornalismos sensacionalistas não apresenta quase nada do que realmente seja significativo para o mundo em crise. O Cristianismo não dá ibope nem patrocina a possibilidade de vantagem financeira aos grupos preconceituosos em relação às coisas da igreja de Cristo. Quando da reação dos homossexuais, que deflagraram o beijo gay, como se a presença do Papa fosse um afrodisíaco às suas depravações irracionais e pagãs, todo mundo ficou sabendo, mas não ouvimos, nem sequer, uma frase que fosse edificante do discurso do Papa, que – imagino – deve divertir-se com as provocações raivosas e atrevidas ao vislumbre de sua pessoa. É um fenômeno, no mínimo curioso: quando na Europa – na Itália, ou na Alemanha, por exemplo – um casal gay se depara com um religioso ou um padre, a esfregação é acintosa, como se tivéssemos alguma coisa a ver com a vida deles. Presenciei muito isso!. Coitados!. No caso do Papa, silencioso como o “Bom Pastor”, ele passa adiante no caminho de sua missão, deixando-se ser atraído semente por aqueles que se interessam pela sua voz, pela sua palavra: “Edificando-a sobre a rocha firme, a vossa vida será não só segura e estável, mas contribuirá também para projetar a luz de Cristo sobre os vossos coetâneos e sobre toda a humanidade, mostrando uma alternativa válida a tantos que viram a sua vida desmoronar-se, porque os alicerces da sua existência eram inconsistentes: a tantos que se contentam com seguir as correntes da moda, se refugiam no interesse imediato, esquecendo a justiça verdadeira, ou se refugiam em opiniões pessoais em vez de procurar a verdade sem adjetivos”.
E o Papa segue, sem medo de errar: “Sim, há muitos que, julgando-se deuses, pensam que não têm necessidade de outras raízes nem de outros alicerces para além de si mesmo. Desejariam decidir, por si sós, o que é verdade ou não, o que é bom ou mau, justo ou injusto; decidir quem é digno de viver ou pode ser sacrificado nas aras de outras preferências; em cada momento dar um passo à sorte, sem rumo fixo, deixando-se levar pelo impulso de cada instante. Estas tentações estão sempre à espreita. É importante não sucumbir a elas, porque na realidade conduzem a algo tão fútil como uma existência sem horizontes, uma liberdade sem Deus”. Não são discursos vazios, mas plenos da convicção inquieta e constrangedora de quem reconhece que o mundo pretende caminhar sem referência segura ao Deus que o criou e o preserva, pelos séculos afora, ao seu verdadeiro fim. Então, o Santo Padre confia os frutos da Jornada Mundial da Juventude “à Santíssima Virgem, que soube dizer ‘sim’ à vontade de Deus e nos ensina, como ninguém, a fidelidade ao seu divino Filho, que acompanhou até à sua morte na cruz. Meditaremos tudo isto mais pausadamente ao longo das diversas estações da Via-Sacra. Peçamos para que o nosso ‘sim’ de hoje a Cristo seja também, como o d’Ela, um ‘sim’ incondicional à sua amizade, no fim desta Jornada Mundial e durante toda a nossa vida”.
Os jovens católicos escutam a voz de Cristo e do Papa. Não importam os aplausos do mundo. Cada seguidor de Cristo sabe que rema contramaré em relação aos golpes de ufanismo da autossuficiência e libertinagem modernas. O fato é que o furacão do tempo vai engolir a todos, mas, quem estiver firme em Cristo não sofrerá as incongruências das vicissitudes momentâneas, mas será transformado na plenitude da vida nova que ele nos presenteou.