sexta-feira, 1 de julho de 2011

Nem santo nem camisinha

Nem santo nem camisinha 


Nem santo nem camisinha protege – defende ou livra – alguém de ir para o inferno. Que ninguém duvide! Como também ninguém duvide de que as portas no inferno são abertas aqui mesmo nesse mundo, antes da última e tenebrosa travessia. Sim, tanto as portas do céu quanto as do inferno são abertas nesse mundo. Agora, cada um decida para aonde quer ir ou aonde quer chegar. Deus na sua infinita sabedoria dotou o homem de inteligência, vontade e liberdade, a fim de que ele pudesse ter condições de decisão sobre o seu destino. E ele o tem!. Por exemplo, enquanto eu escrevo esse texto, posso ter a maluca ideia de deixar a escrivaninha e procurar o primeiro ônibus que estiver passando na rua em alta velocidade e me jogar diante dele. O que vai sobrar, não o sei. Mas, eu tenho essa “liberdade”, pelo menos no sentido que o mundo moderno parece querer de seu significado. Claro que isso não significa dizer que todos fomos predestinados a isso ou àquilo, e que, portanto, não adiantaria fazer muito esforço para a devida orientação da vida. Se assim fosse, tudo seria uma absurda e incontrolável fatalidade. Porém, como Deus não nos fez fantoches, títeres ou marionetes, manipulados por Ele ao seu bel prazer, podemos ser conduzidos pelo nosso livre arbítrio ou alvedrio. Todavia, no mundo dos homens, existem leis que podem punir alguém conforme os delitos que ele cometa. Numa sociedade que afirma buscar direitos iguais, os deveres também deveriam ser ajustados dentro da equanimidade do comportamento de todos os indivíduos.
Se alguém manifestar racismo por outra pessoa ou demonstrar discriminação por quem quer que seja, não apenas pode ser levado aos tribunais quanto poderá pagar caro por isso. Aí, aparecem os tribunais impondo e forçando a capacidade de respeito recíproco nos relacionamentos sociais. Ou seja, se o indivíduo por si só não dá conta disso, vem o Estado e tanta favorecer, mesmo com suas ideologias e condicionamentos, a urgência da paz desejada entre todos. Não por acaso, estamos vivento a ditadura das minorias, que tentam impor, a qualquer custo, suas maneiras de ver, pensar e viver a sua suposta liberdade, ainda se agredindo quem não está de acordo ou se coloca na contramão de seu caminho Quando os inimigos querem detonar ou tragar a credibilidade da Igreja Católica não perdem a oportunidade de nenhuma brecha para levar adiante seu azedume e sua fúria. Quem quiser que procure saber quantos processos civis ou trabalhistas usurpam das dioceses, às vezes, até com falsas testemunhas, rios de dinheiro, porque, como dizem, a parte mais sensível do corpo é o bolso. As causas são as mais variadas possíveis. E não estamos aqui defendendo o errado. Se as injustiças acontecem, mesmo dentro da Igreja, elas devem ser corrigidas segundo as normas do direito e não consoante a vantagem arbitrária e interesseira de quem quer que seja.
E a Igreja Católica não tem nenhum direito? Ela não possui nenhuma lei que a defenda? No caso típico do que aconteceu recentemente em São Paulo, onde figuras ou estampas de santos foram usadas como incentivo à promiscuidade e à prostituição, não deveria haver punição por danos morais à Igreja com processos judiciais e tudo o que a Igreja tem direito? Não afirmam eles que somente assim se pode vencer o preconceito e a libertinagem das pessoas, mesmo que algumas sejam patrocinadas e protegidas por leis? Não bastam o pedido de desculpas e a declaração de que não tiveram a mínima intenção de ofender os católicos. Não tiveram a intenção de ofender uma ova!!! É preciso o rigor da lei como fazem contra a Igreja quando descobrem alguma coisa errada! Aliás, penso que já está mais do que não hora de dizer um basta a essa infâmia maldita que nunca se acaba e, que, vez por outra reacende a indignação dos católicos sem que ninguém tome a justa providência. Por que eles não usaram uma imagem do satanás espetando uma camisinha atrás de alguém? Por que não usam símbolos religiosos de outras religiões como a mulçumana ou a budista? Tentem fazer isso, e a gente vai ver o que acontecerá, sem dó nem piedade! Talvez, já esteja na hora de a Igreja Católica deixar de ser covarde, poltrona ou silenciosa na sua reação! Nem Jesus Cristo deu a cara à tapa, quando, certa vez, esbofetearam-no [“Se falei mal, testemunha sobre o mal; mas, se falei bem, por que me bates? (Jo 18,23)]. E nós, o que fazemos? Deixamos por isso mesmo, até que, a criatividade maligna e de péssimo mau gosto de alguém – que não traduz a coragem de sua própria vida infame, querendo agredir e ofender a terceiros – levante sua bandeira gravemente injuriosa, manifestando deboche e ridiculização dos cristãos católicos. Não é a primeira vez que isso acontece! É verdade que não precisamos ir às ruas fazer confronto [se bem que deveríamos], uma atitude que, certamente, descaracterizaria a autêntica fé cristã, mas, também devemos defender a pureza da nossa fé sem permitir que ela seja profanada impunemente pelos inimigos.
Alguém deveria responder pela infâmia! Seja o organizador do evento, a comunidade enquanto tal, que zomba de tudo e de todos, seja lá quem diabo for, mas a impunidade não deve continuar. Mais bispos, padres e instituições católicas – rádios e televisão – deveriam pronunciar-se para mostrar que nós também temos voz e vez. Mais ainda, que também nós temos o direito de ver nossa santa religião respeitada como todas as outras! Na Igreja Católica os santos são apresentados como sinais luminosos da profunda intimidade com Deus, o que, por sinal, os depravados do mundo moderno não o querem. A verdade é que eles estão se lixando para Deus, para os valores coerentes de uma vida distante do descalabro moral para o qual eles estão se precipitando, e, o que é pior ainda, querendo induzir outros a fazerem o mesmo como se fosse a coisa mais normal do mundo contrariar todos os projetos de resgate de salvação que nos é oferecido. Eles podem usar o eufemismo que quiserem – “diversidade sexual”, “união homo-afetiva” – eles não deixam de estar transgredindo o direito natural de ser homem e mulher – macho e fêmea [Deus não criou um sexo alternativo, por mais que a ciência moderna possa manipular e condicionar a possibilidade da “troca de sexo”, queria ver a ciência trocar o espírito das pessoas ou seu psicológico] – escorregando num paganismo contemporâneo histérico. Irritante. Agressivo. Petulante. Estonteante. E ainda querem angariar os aplausos de todos. Respeito não é sinônimo de concordância, muito menos, de aplauso. Vamos ver daqui a algumas décadas o reflexo social deletério, corrompedor e desmoralizante dessa aberração.
Zombar de um santo é zombar de Deus, pois “não vos iludais: de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso colherá: quem semear na sua carne, da carne colherá corrupção; quem semear no espírito, do espírito colherá a vida eterna” (Gl 6,7-8). Tenho saudade dos tempos idos de outrora, em que “os homens de Deus” inflamavam-se de zelo e de ira, imprecando maldiçoes contra seus inimigos, inclusive, por meio do próprio respaldo e da aquiescência divina. Um caso pitoresco é o de Elias: “Se eu sou um homem de Deus, que desça fogo do céu e te devore a ti e aos teus cinquenta’, e um fogo desceu do céu e o devorou, a ele e aos seus cinquenta” (2Rs 1,10.12). Ou então, quem sabe (?), não deveria descer o anjo do Senhor para vingar os inimigos: “Naquela mesma noite, saiu o Anjo de Iahweh e exterminou no acampamento assírio cento e oitenta e cinco mil homens. De manhã, só havia cadáveres” (2Rs 19,35). No entanto, como diria o Papa Bento XVI, precisamos da paciência de Deus, e, sobretudo, de sua misericórdia, do tempo oportuno de sua graça e amor, que permitam e favoreçam a conversão tempestiva de todos os homens.
Que o Senhor conceda-nos serenidade e coragem para vencermos as procelas da agitação moral do porvir, mas também solidez e firmeza na exigência dos direitos que na sociedade pluralista são cabidos a todos e, consequentemente, também, aos católicos.